Relato dos Grupos de Trabalho

GT Produção Laboratorial Eletrônica

Professora relatora: Eliani Covem - Coordenadora do curso de jornalismo da Faculdade Cambury, de Goiânia-GO.

Expositores: Ivete Cardoso Roldão e Rogério Eduardo R. Bazi (PUC-Campinas)
Trabalho: "Espelho Urbano: a experiência na área de TJ na Puc-Campinas"

Antes o Laboratório produzia o Tele Puc, que passava na cantina da Faculdade. Os professores, juntamente com os alunos, criaram o Programa Espelho Urbano. 90 alunos estão envolvidos no projeto, do 6o. e 7o período, 3 turmas de 30 alunos cada. Os alunos do 2o. período também produzem reportagens para o programa. O Espelho Urbano passa no Canal Universitário. Os alunos passaram a ter mais responsabilidade, a caprichar na produção e edição das reportagens. O projeto deu novo ânimo para a escola. Até no ano passado não tinham periodicidade certa, depois passaram a produzir um programa semanal. O importante do projeto é que conseguiu integrar alunos de vários períodos e de turnos diferentes: matutino e noturno. Porém os professores destacam que recebem apenas 4 horas aulas para conduzir todo o processo.

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Expositora: Célia Maria Ladeira Mota (UNB)
Trabalho: "Como o telejornalismo constrói significados sobre o Brasil"

A professora Célia destacou que o telejornal no mundo ainda está preso à palavra: o verbo sempre coloniza a imagem, amarra seu significado. O melhor do telejornalismo é o momento do ao vivo, porque nele o profissional exerce a linguagem plena: o repórter está em frente ao acontecimento e o reproduz em palavra.
Célia disse que deve-se trabalhar as características da oralidade escrevendo um texto multimodal, que na TV reúne imagem, texto oral, sons, postura corporal do apresentador e do repórter. Ela alerta que às vezes o significado escapa pelas imagens. O repórter elabora o texto lógico e a imagem não é lógica, tem emoção, nos joga nos fatos. Há uma construção do fato na imagem, que cria sentidos e significados outros que não os propostos inicialmente no texto. Citou o exemplo de uma greve de garis, onde o texto era contra a greve, mas que a imagem do gari, ali simples e frágil, criou novos significados. E ao construir esses níveis de significação se constrói também a identidade nacional. Outro exemplo: o risco Brasil. Como nos sentimos em relação ao país por conta de um índice divulgado por uma empresa estrangeira em relação ao Brasil? Constroem uma imagem do Brasil que não é o real. Como dar uma imagem real do Brasil? São visões de identidade nacional colocadas para se refletir em como ir construindo essa identidade para o país.

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Expositor: Luís Fernando Rabello Borges (Faculdade em Lages-SC)
Trabalho: "A relação entre o som e imagem no Telejornalismo: uma experiência didática"

Luís Fernando trouxe a experiência de uma oficina de vídeo da Semana de Comunicação, fazendo uma relação entre som, a imagem e o texto falado no telejornal. O professor gravou uma reportagem e transcreveu o texto. Passou o texto para os alunos e pediu que eles imaginassem as imagens ideais de acordo com cada palavra, cada frase. Depois mostrou as imagens aos alunos para que eles fizessem uma comparação. É a idéia da imagem argamassa: palavras preenchidas com as imagens. Citou o cineasta russo Sergei Eisenstein. Ele defendia que o som, o audio, não pode ser redundante com a imagem, teria que trazer um terceiro significado.
O professor admitiu que é difícil, na correria de uma redação de telejornal, pensar na possibilidade de se trabalha esse significado da imagem.

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Expositora: Beatriz Becker
Trabalho: "No ar: o TJ UFRJ"

A professora destacou a importância de um Fórum como este, que nos insere numa rede que nos dá mais auto-estima.
O TJ On line nasceu da força dos alunos, projeto que ganhou apoio dos professores. Está no ar desde 2001. Lembrou que, como todas as escolas, faltam equipamentos, todo tipo de material. E como dar conta de redes maiores quando ainda não damos conta de nossa rede local? O TJRJ se tornou uma espécie de extensão, provocando professores a repensar a comunicação e os modos de uso da tecnologia para fazer os produtos da universidade. Dar chance aos alunos para ler essa pós-modernidade, que eles têm mais facilidade de ler esses novos códigos do que nós professores.
Para que serve o jornalismo? Devemos observar a ética, os valores humanos, o compromisso social.
a)A tecnologia não pode ser mais importante que a informação e sim nossa aliada.
b) repensar a pedagogia audiovisual. O professor assumir a figura de estimulador, ajudar na produção dos saberes e do uso da tecnologia.
c) pensar a faculdade na transição tecnológica e na pesquisa. Juntar as atividades de extensão, a sala de aula e a pesquisa de pós graduação.
A UFRJ é a maior universidade do país, com prédios em vários locais, todos distantes um dos outros. Isso dificulta a produção das reportagens pelos alunos. Além das notícias, o site vai disponibilizar artigos e textos das aulas no site, numa forma de biblioteca on line. O site ganhou o prêmio Intercom em 2003, por inovação tecnológica.

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Expositor: Suyanne Tolentino (PUC-PR)
Trabalho: "Núcleo Antena: produção audiovisual com ênfase no telejornalismo"

A faculdade criou uma agência de comunicação, integrando RP, PP e Jornalismo. No ano 2000 faziam o telejornal apresentado na TV Cantina. Implantou com dificuldade, vários blocos, os alunos tinham que correr para por fita em cada vídeo.
Esse ano a faculdade tem espaço no Canal Futura . Fazem programetes para a TV Lumen, a produtora cede os equipamentos e os professores orientam a produção dos alunos. Produzem um programa de 24 minutos semanais. No ano passado produziram 8 programas, um por mês . No trabalho integram pesquisa e prática. Incentivam a ética, o espírito comunitário, o espírito empreendedor e a pluralidade de idéias.
Programa como fazer, vídeos de 1’30", um especialista explica como se faz uma série de produtos. O Objetivo é o de integrar o aluno à prática e ao mercado de trabalho.

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Expositor: Paulo Ernesto Saraiva Serpa (Unifor)
Trabalho: "Projeto Experimental TJ: a experiência com documentários sobre o Rio Cocó."

Apresentado em 2003. Foi produzido com duas turmas de seis alunos cada. Os alunos escolheram o tema e o formato do documentário: livre. Mostraram a importância do rio para a região, com 45 Km de extensão, e que já está poluído desde a nascente. A produção do vídeo foi trabalhosa, os alunos viajaram longos trechos gravando imagens e ouvindo os ribeirinhos.
Outro documentário: En Cine, que quebrou a lógica de bairros pobres, ao mostrar o trabalho de uma ong com moradores, dando cursos de designer, animação, aulas de teatro, canto.
O objetivo: mostrar aos alunos que não tem um formato pronto para o documentário: é livre. E resultado fora documentários feitos com muita criatividade.

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Expositor: Marcelo Barbalho (Unifor)
Trabalho: "Foto-entrevista: Um estudo sobre novas tecnologias e fotografia"

O professor divide a turma em dos grupos e pauta um fotógrafo conceituado para ser entrevistado. Em 2 anos foram 30 entrevistados. Os alunos pesquisam sobre o profissional e o trabalho dele, vêem textos sobre fotografia e novas tecnologias. A fotografia digital: os profissionais a consideram um caminho sem volta, principalmente no jornal diário.
Citou o que disse o repórter fotográfico Luiz Morrier do JB - Foto digital, rapidez, transmite para todo o mundo. Acha ótimo e acredita que a tendência ;é que tudo fique digital. Paulo Marcos do Lance!, João Waine - Folha de São Paulo, agilidade.
Ressalvas - Luiz Humberto: risco de manipulação fotográfica, sem se preocupar com a ética. Não tem como saber se foi mexida ou não. Outros afirmam que a possibilidade de manipular sempre existiu, depende de se trabalhar com as ferramentas eticamente ou não. A ética é dos homens e não das máquinas.
Outra crítica dos fotógrafos: a Foto Digital não deixa tempo para reflexão e leva a empobrecimento do fotojornalismo. Os jornais acabam ficam tudo igual, pois compram a mesma foto das agências. Efeito homogeneizador da mídia.

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Expositor: Wagner Ivan
Trabalho: "Cobertura da inauguração da TV Feevale: Uma atividade de Ensino"

O professor implantou a TV laboratório na Faculdade, foi inaugurada há um ano. Produzem programas para o canal universitário. Programas de cobertura de eventos. Participação dos alunos na pauta, produção e edição. Educação transdisciplinar. Lema: aprender - interdisciplinar;
fazer - criatividade; conviver - desenvolver relacionamentos e ser tolerante; ser - propósitos e condicionamentos, harmonia e desarmonia da vida pessoal e coletiva.
Usam metodologia participativa. O aluno que quiser mexer no equipamento é treinado e pode usar. São estimulados à pesquisa, a investigação de novas formas de conhecimentos, de experimentação de novas linguagens.
Wagner citou que um estudioso português fez uma pesquisa copiando vários telejornais do mundo e descobriu que só mudavam o idioma, o formato é o mesmo. Os alunos fazem novas experimentações, como colocar um fundo negro, onde se colocam outras imagens no cenário de entrevistas, por exemplo, fugindo do modelo tradicional . Radialista chegou de helicóptero na Faculdade e se criou outro formato, entrevistando-o no pátio, mostrando os preparativos para recebê-lo.

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Expositora: Letícia Rosa (Universidade de Cascavel)
Trabalho: "Letícia Rosa - Palavra - som e Imagem no Telejornalismo"

O texto na TV, ruído, som ambiente, sonoras: Amarrar as 3 linguagens para passar bem a mensagem. Conciliar a necessidade de se aprender tele, captar a imagem para informar, o som e a palavra dando apoio. 20 alunos do 3o. ano elaboram o telejornal, 8 telejornais por semestre, 1 a cada 15 dias, de 15 minutos cada. Se adapta o ensino à estrutura da faculdade, dos equipamentos existentes no laboratório. O telejornalismo passa por uma fase empírica, experimental. Está esquecido em termos de investimentos das faculdades. O professor tem que se adaptar ao que se tem para trabalhar.

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Expositor: Ruben Dargã Holdorf (Centro Adventista Unasp) a 50 Km de Campinas
Trabalho: "Canal da imprensa: espaço reflexivo da agência de jornalismo"

Alunos são residentes, único do país. Canal da Imprensa - experiência reflexiva da agência de jornalismo da Unasp. No. 1 - 21/08/02. 28 edições, alunos do 2o. ano, 25 alunos por edição, renovado quinzenalmente, possui 10 editorias. Já publicaram 789 artigos, 42 entrevistas, 242 notas. Entrevistaram Mino Carta. O coordenador levou o aluno na rodoviária, que foi até São Paulo. Foi um aluno que falava italiano e conquistou a atenção do jornalista.
Reunião de pauta quinzenal, produzem um material comparado a uma revista de 70 páginas, com a Newsweek. Alunos entregam os originais 5 dias antes do fechamento. Editam as matérias, guardam o original para mostrar a correção aos alunos. Plágio - tem uma equipe de dois alunos para detectar plágio. plágio completo: fica 1 semestre sem participar, se for da disciplina de Jornalismo Opinativo, é reprovado na disciplina.
Orientação à pesquisa. Resultados: mais de 40 artigos entraram no Observatório da Imprensa. Anexado à Biblioteca virtual do Texas. Parceria com o Paraná On Line. Conclusão: solidificou o curso de jornalismo; alavancou o processo de reflexão, construtora de percursos formativos e tribuna de reflexão e debate.

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Expositor: Amarildo Augusto (Unasp)
Trabalho: "Diário do Campus: Jorna On Line do curso de Comunicação Social da Unasp"

Objetivos: espaço e condições para exercer a prática da profissão; saber o que é uma cobertura jornalística real; saber qual é o papel social do jornalista.
Transdisciplinaridade e interdisciplinar. Disciplinas focadas no desempenho profissional. Editor-chefe - professor responsável pelo projeto, 2 alunos como sub-editores, redatores, repórteres e fotógrafos. Uma reunião de pauta toda semana. Os alunos trazem informações dos 10 cursos da universidade. Set. a 2004 - 200 matérias, 60 fotos, 20 mil acessos sendo 120 diários.

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Expositor: Sílvio Saraiva Jr.
Trabalho: "Comparação de enunciados on line esportivos"

Sujeitos enunciadores: sites UOL, Gazeta e SPFC. Apresentação do texto na 3a. pessoa do singular. Coincidem a narração do mesmo fato, jogadores e técnicos dos dois times: São Paulo e
Bolton Wonderes, jogo realizado em Bolton, Inglaterra. Os textos analisados foram pouco objetivos, não informavam os dados essenciais, que deveriam constar em um lead, e estão cheios de adjetivos. Nas considerações finais, chegou-se a conclusão que o suporte tecnológico é um, mas que a notícia é a mesma, apesar do emprego de uma nova tecnologia. Que é preciso pensar em uma nova linguagem para essa nova mídia, que ainda não foi definida.

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Expositoras: Ilka Goldschmidt e Mariângela Torrescana (Unochapecó)
Trabalho: "Rádio/ TV Efapi: a emoção que você vê!"

Parceria com a prefeitura para cobrir a feira Efapi, multisetorial, em 2003. Os alunos fizeram uma rádio independente. A Universidade entrou com os recursos humanos e a produção dos programas. 35 alunos do 8o. semestre, a professora e um técnico. Público de 400 mil pessoas em 9 dias de feira. Foi uma vitrine para a Universidade. Ofereciam acesso a informação e difusão, entretenimento e lazer, se tornou o veículo oficial da feira. Os alunos elaboravam pautas detalhadas todos os dias, com o espelho dos programas, agenda de entrevistas. O slogan e as vinhetas, tudo produzido pelos 60 alunos. Usavam microfone sem fio. Programação: desbravando a Efapi, música, fique por dentro 1a. e 2a. edição,cultura em pauta e trocando idéias.
A professora Ilka disse que para funcionar a TV, a faculdade contou com monitores e 6 telões, 5 câmeras, 2 ilhas NL e L, 4 pontos ao vivo e estúdio. O equipamento da faculdade e locação de uma TV para entrar ao vivo. Feito com cabeamento. Comunicação com walk talk. Programa de 1:45 minutos, ao vivo. Matérias curtas e objetivas. Entrevistas ao vivo com público e autoridades. Matérias e notas sobre o que acontecia na feira. Foi um projeto dinâmico e um bom desafio para os alunos. Se conseguiu uma integração gera em torno do curso. Alunos do 4o. semestre fizeram o jornal laboratório impresso da feira.

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Expositora: Gilda Soares (Centro Universitário Vila Velha - ES)
Trabalho: "Rádio Poste UVV"

A grade tem três períodos da disciplina de rádio. Criaram o rádio jornal de 1 hora. 3 prédio, 3 andares, tentaram instalar caixas de som nos corredores. Não deu certo. Aproveitaram os postes do centro de vivência, cada um com 4 caixas de som, transmitindo o programa do estúdio. Começaram em setembro do ano passado. Grande desafio: trabalhar com s alunos entusiasmados, que abracem a idéia.
Os alunos agora brigam para atuar na produção do programa, que agora é diário. Tem estúdio com mesa redonda, microfones para entrevistas. Os programas são gravados e transmitidos no intervalo das aulas, 17 a 19 minutos. Trabalham o humor, a irreverência em programas como Candonga, Segunda sem lei, Ufa! a Sexta chegou. E brincam com a questão do poste: "...ei, é daqui de cima que estamos falando" "...agradeço a vocês aí embaixo" "...que coisa linda falar aqui desse poste belo, aqui do seu lado".
Gravam no horário da aula. Projeto laboratorial do 4o período. Questão: porque as FMs não trabalham a notícia de forma aprofundada, já que tem púbico maior do que as AMs?
Depois das apresentações as seguintes questões foram colocadas em debate pelos presentes:
- Até que ponto esses projetos são experimentais ou se já preparam os alunos para o mercado?
- TV Universitária: até que ponto Ter liberdade editorial?
- Célia UNB - as grades prevêem um massacre do jornal impresso. Precisam ter mais tempo para o telejonal, mídia dominante no Brasil.
- Aproveitar a liberdade do rádio na TV. O aluno de tele está preocupado em escrever e esquece de ver. No rádio tem que ouvir mais antes de falar.
- Luciene: como os alunos lidam com jornal oficial da Universidade. TV Campus. O professor diz que é normal.
- Rádio Efapi - Ika, trabalho voluntário dos alunos, extra-classe, vão ganhar certificado.