20 de abril de 2004
Fórum de Professores de Jornalismo elege nova diretoria

Durante o 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em Florianópolis, o Fórum Nacional de Prefossores de Jornalismo foi institucionalizado e teve aprovado o seu estatuto. A primeira diretoria do Fórum Nacional também foi eleita. Confira abaixo os nomes dos membros:

Diretoria Executiva
Presidente: Gerson Martins - UFRN
Vice-presidente: Carmen Pereira - UCB - RJ
Diretora Administrativa: Sandra de Deus - UFRGS
Diretor Científico: Luis Martins da Silva - UnB - DF
Diretora Editorial e de Comunicação: Sandra Freitas - PUC - MG
Diretor Regional Norte: Narciso Lobo - UNAM - AM
Diretor Regional Nordeste: Boanerges Lopes - UFAL
Diretor Regional Centro-Oeste: Edson Spenthof - UFG
Diretor Regional Sudeste: Juliano Carvalho - PUCCamp - SP
Diretora Regional Sul: Valci Zuculoto - UFSC

Conselho Consultivo:
José Marques de Melo - UMESP/USP - SP
Ana Arruda Callado - PUC-RJ/UFRJ
Victor Gentilli - UFES - ES
Maria Luiza Nóbrega - UFPE
Celso Schröder - PUC-RS
Joaquim Lannes - UPCB - MG
Cristóvão Pereira - UNP - RN

Conselho Fiscal:
Carmem Vieira - UFMG
Moacir Barbosa de Sousa - UFPB
Marcel Cheida - PUCCamp - SP

20 de abril de 2004
Termina o Fórum de Professores de Jornalismo

Termina, no dia 20 de abril, o 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, no bairro dos Ingleses. O evento, que começou no último domingo, teve como tema os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica.

No último dia do fórum, os cinco grupos de trabalho apresentam as conclusões das discussões ocorridas durante o evento. Às 14h começou a plenária de encerramento. Durante à tarde, haverá a "institucionalização" do fórum, o que consiste na aprovação do estatuto e eleição da primeira diretoria.

De acordo com o coordenador nacional e candidato a presidente do fórum, Gerson Martins, a entidade vai procurar representar a categoria dos professores de jornalismo no MEC. A intenção é que o órgão seja consultado sobre questões como a autorização de funcionamento de novos cursos de jornalismo e a avaliação destes cursos.

Também haverá a escolha da sede do próximo fórum. As instituições inscritas são a Universidade Federal de Alagoas, a Universidade de Fortaleza e a PUC de Campinas. E por fim, será aprovada a Carta de Florianópolis, documento com a síntese das discussões do evento, trechos dos relatórios dos grupos de trabalho e observações dos coordenadores.

Segundo Gerson Martins, o fórum é um espaço "imprescindível" para a discussão da formação profissional dos estudantes de jornalismo, sobretudo pela análise dos problemas e soluções de ensino, além da troca de experiência entre os educadores. Martins também afirma que, de acordo com os relatores dos GTs, houve uma "evolução sensível" em relação aos fóruns anteriores. "Isso mostra o nosso amadurecimento", conclui o coordenador.

O tema do próximo fórum deve ser discutido entre a universidade escolhida para sede e a diretoria da entidade. Um tema em potencial é, de acordo com Gerson Martins, os critérios de avaliação dos cursos de jornalismo, assunto discutido durante o pré-fórum da Federação Nacional dos Jornalistas, no primeiro dia do evento.

Os trabalhos dos GTs serão publicados no site nacional da entidade www.professoresjornalismo.jor.br.

Luciana Hioka - Unaberta

20 de abril de 2004
Para Traquina, jornalismo precisa absorver tecnologias

O professor Nelson Traquina, da Universidade Nova de Lisboa, participou, no último domingo, da conferência de abertura do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. O encontro termina nesta terça.

O Fórum reuniu professores de Jornalismo de todo o país e teve como tema principal "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica".

Nelson Traquina foi um dos convidados especiais. Ele é professor na Universidade Nova de Lisboa e um dos mais importantes pesquisadores na área de jornalismo. Na conferência de abertura, Traquina falou, entre outras coisas, da preparação que o estudante deve ter para explorar as novas capacidades tecnológicas e se adaptarem a esse mercado multimídia.

Confira a entrevista completa que o professor Traquina concedeu à Rádio Ponto UFSC.

Rádio Ponto UFSC: Professor, principalmente na última década a tecnologia de transmissão de dados e informações deu um grande salto. E cada vez mais ela vem se incorporando ao jornalismo. Nesse contexto que tipo de adaptações devem fazer as escolas de jornalismo para aproveitarem ao máximo essa tecnologia?

Nelson Traquina: Eu penso que as escolas terão que oferecer disciplinas que dão aos estudantes a capacidade de utilizar essas novas tecnologias, todo o potencial dessas tecnologias e, assim, estarem melhorar preparados para o mercado de trabalho.

RPU: Houve uma mudança muito grande no ensino de jornalismo após esse "boom" tecnológico?

Traquina: Não. Não acho que alteram. Qual é a política mais correta para preparar novos jornalistas? É uma política que privilegia uma formação sólida nas ciências sociais e humanas, inclusive nas ciências da comunicação. Essa política não é posta em causa pelas novas tecnologias. As novas tecnologias reforçam ainda mais essa política, aceleram ainda mais o jornalismo.

RPU: O senhor acredita que as escolas de jornalismo devem formar jornalistas com uma forte base teórica ou um preparo técnico, o saber fazer jornalismo tecnicamente?

Traquina: Eu sempre defendi que os cursos deveriam oferecer aos seus alunos uma formação sólida nas ciências sociais e humanas, com o complemento do domínio do saber fazer.

RPU: Como os jornalistas devem encarar o desafio de serem profissionais multimídias?

Traquina: Bom, de fato, penso que os cursos terão que preparem pessoas para um mundo cada vez mais multimídia. Certamente, saber explorar ao máximo os benefícios que as novas tecnologias oferecem, mas também terem conta que vamos viver num mundo onde haverá cada vez mais convergência entre os meios de comunicação e não separação entre eles. Mas, o processo histórico é lento, nós estamos neste momento perante o fim do jornal, nem da televisão, etc.

Vai ter um tempo até que as novas tecnologias entrem no cotidiano das pessoas, já que nem todo mundo tem acesso a elas. Então, esse é um processo que vai levar um tempo, mas penso que as escolas devem ver no horizonte que caminhamos para a convergência, para um mundo multimídia e assim, em vez de separarem o que é importante separarem.

RPU: Com a mesma pessoa produzindo para diversos veículos de diversos formatos, a qualidade do material fica comprometida?

Traquina: Não. Acho que os jornalistas vão ter que aprender a tocar várias guitarras.

RPU: Na correria em que vivem as redações, qual seria a saída para se pensar mais o produto final? Como equilibrar o fazer jornalismo com o pensar jornalismo?

Traquina: É difícil, ainda mais quando vivemos num mundo em que as empresas de mídia acentuam a importância do lucro, o lado do jornalismo como negócio, com tendência a esquecer que o jornalismo, segundo a sua ideologia, deve ser um serviço. E, por isso, obcecados com o lucro, a estratégia tem sido de reduzir os custos e isto implica reduzir o número de jornalistas.

Então, temos menos jornalistas e mais trabalho. São problemas que existem, neste momento, e a tendência é essa e, enquanto for essa será difícil exigir dos jornalistas fazer o trabalho todo e ainda ter tempo para refletir sobre o que fazem.

RPU: O senhor defende um jornalismo mais voltado para o lado social, um jornalismo cívico, até comunitário. Mas não é o que vemos, a maioria das empresas não faz esse tipo de trabalho porque não é rentável. Tem como se fazer um jornalismo social e rentável?

Traquina: Concordo com uma das críticas do jornalismo cívico: acho que os jornalistas devem ouvir mais os cidadãos. Critico o jornalismo cívico quando eventualmente quer esquecer um capital cultural adquirido ao longo do tempo, que são os conceitos de distanciamento e objetividade. Penso eu que é difícil conseguir um jornalismo com credibilidade sem a noção do distanciamento e da objetividade.

RPU: Com a internet e o mundo todo conectado, a informação se tornou um produto cada vez mais globalizado. Professor, existe alguma tendência do jornalismo se voltar para o mundial e esquecer um pouco o regional? Ou a proximidade da notícia com o receptor é um fator preponderante?

Traquina: A internet torna possível se estabelecerem redes internacionais. Penso que não terá como efeito eliminar a proximidade do jornalismo, muito pelo contrário, o jornalismo continua a ser uma indústria cultural que dá importância a proximidade. Mas, tem-se que estudar, tem-se que verificar os sites na Internet, mas acho que eles continuam preservando o valor-notícia da proximidade.

RPU: O professor Traquina aproveita o 7º Fórum para lançar seu livro "Teorias do jornalismo - Por que as notícias são como são", da editora catarinense Insular. Comparado a outros ramos do conhecimento, o jornalismo e, principalmente, o estudo do jornalismo é muito recente. O que nós já temos consolidado das teorias do jornalismo e o que o senhor traz de novidades neste livro?

Traquina: Primeiro, queria desfazer essa idéia. A presença do jornalismo na universidade, na área de comunicação é a mais antiga. A primeira revista acadêmica que existe no mundo da comunicação é sobre jornalismo. Em segundo lugar, tem havido bastante investigação na área há décadas...

RPU: Desculpe, mas o que eu quis dizer é que o jornalismo é recente comparado a áreas como o direito, a história, a antropologia...

Traquina: Sim, mas tem havido bastante investigação sobre jornalismo. Dentro da área de comunicação é a uma das que estão mais desenvolvidas e continua a ter muito interesse. Agora, certamente, muito mais tem que ser feito para construir um enquadramento teórico do jornalismo.

Tem havido muita investigação, mas não necessariamente, neste campo de enquadramento teórico. Portanto, no livro que vai ser lançando aqui no Brasil, uma parte dele aborda as diferentes abordagens teóricas que foram elaboradas nos últimos cinqüenta anos sobre jornalismo.

Thiago Macedo - Rádio Ponto UFSC

20 de abril de 2004
Papo Sobre Ciência é destaque no Fórum de Jornalismo

O professor de Jornalismo da UFSC, Áureo Moraes, apresentou o projeto "Papo Sobre Ciência" no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. O projeto foi um dos seis apresentados no Grupo de Trabalho de Extensão.

Áureo Moraes destacou a importância do "Papo sobre Ciência", que pretende aproximar cientistas da universidade a jornalistas e estudantes. Pesquisadores de diversas áreas são chamados para falar sobre seus conhecimentos e as novas descobertas. "Não é uma entrevista coletiva, nem uma aula, é um papo", define o professor.

O projeto, que existe desde 2002, têm uma inserção institucional, pois é coordenado pela Agencia de Comunicação da UFSC. Decorreram dele matérias em jornais universitários e comerciais, além de um programa de TV. O objetivo é "estabelecer um primeiro passo para qualificar a cobertura jornalística sobre Ciência e Tecnologia em Santa Catarina", afirma Áureo Moraes.

Outros projetos ligados à comunidade

A professora Gilda Soares, do Centro Universitário Vila Velha, no Espírito Santo, apresentou seu trabalho, onde os alunos produzem programas que são veiculados por uma rádio comunitária.

A formação de agentes comunicadores para rádios comunitárias da Paraíba foi o tema apresentado pelo professor Moacir Sousa, da UFPB. O professor mostrou, através de um vídeo, como o trio (comunidade - universidade - organizações não governamentais) pode dar certo.

Projetos mais variados, como a produção de livros gravados em áudio para cegos e analise de consumos culturais com adolescentes também foram outros temas desta tarde.

A mediadora do grupo, Sandra de Deus, considerou que os trabalho apresentados possibilitaram um bom panorama geral dos projetos de extensão feitos em jornalismo. Dos 20 trabalhos inscritos no Fórum, 15 foram apresentados, sendo sete de universidade públicas e oito de privadas. No total 30 participantes registraram presença nas exposições do grupo.

Sandra de Deus ainda destacou a existência de muitos projetos de extensão que não registrados como de comunicação, dando assim a impressão de que não existem muito nessa área. Segundo ela, por estarem envolvidos com outros cursos, como de saúde e educação, o trabalho de alunos e professor de jornalismo acaba não classificado nesta área. Ela cita como exemplo a divulgação de programas de prevenção a doenças e de alfabetização, que geralmente contam com profissionais de comunicação.

Robson Martins e João Grando - Unaberta

20 de abril de 2004
Institucionalização do Fórum é um avanço, avalia coordenadora de GT

Trabalhos de excelente qualidade sobre as experiências de jornais laboratório e mural foram apresentados no grupo de trabalho que abordou a produção laboratorial impressa. A avaliação é de Carmem Pereira, coordenadora do GT. Para ela o encontro deste ano marcou a consolidação do Fórum depois de 10 anos do primeiro movimento. "Nós estamos avançando agora com a institucionalização".

Para ela alguns aspectos necessitam de melhorias nas faculdades de Jornalismo. "A questão da avaliação neste momento é o que mais nos preocupa". Ela questiona a avaliação dos cursos por profissionais de outras áreas, "porque a gente conhece a especificidade do jornalismo dentro do campo de conhecimento da comunicação".

Annelize Conti - Rádio Ponto UFSC

20 de abril de 2004
7º Fórum contribuiu para avanço do ensino, pesquisa e extensão em Jornalismo

O 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo foi bem sucedido no objetivo de discutir as diretrizes do ensino do jornalismo no Brasil. A opinião é da professora Valci Zuculoto, coordenadora geral do evento, que concedeu entrevista à Rádio Ponto UFSC momentos antes do início da plenária de encerramento do evento.

“Pelo que a gente ouviu nos relatos finais, foram trabalhos muito proveitosos de onde se evidenciaram propostas, projetos, trabalhos conjuntos que vão ser tocados daqui pra frente”, disse Zuculoto. Para ela isso é um avanço, porque um dos ideais do Fórum é justamente contribuir para que os professores reúnam seus projetos pedagógicos e toda a demanda de ensino, pesquisa e extensão.

O resultado da apresentação de trabalhos e das discussões realizadas durante o 7º Fórum será agora levada para as salas de aula e projetos. “Vamos aplicar o que foi discutido e daqui um ano nos encontramos novamente. Provavelmente vamos ter avançado em função do que se aprendeu aqui, e teremos, assim, novos desafios a nos propor no próximo Fórum” avaliou a coordenadora do evento.

Ela também destacou a importância da institucionalização do Fórum Nacional dos Professores, que deixa de ser apenas um encontro anual para se transformar em uma entidade.

Valci Zuculoto elogiou o trabalho de todos que ajudaram no planejamento e na organização do evento. “O Curso de Jornalismo da UFSC, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e a Federação Nacional dos Jornalistas, todos cumpriram com o papel que lhes estava reservado”, disse. Ela destacou a participação dos estudantes de Jornalismo da UFSC, que atuaram na secretaria, na organização, na pré-organização, na produção e alimentação do site e na assessoria de imprensa. “Não é um Fórum deles, mas eles foram chamados para contribuir e vieram com todo o gás, com toda vontade”, concluiu.

Thiago Macedo - Rádio Ponto UFSC


Grupos de trabalho pedem maior envolvimento de estudantes nos projetos de pesquisa e extensão

Foi realizada na manhã desta terça-feira, 20 de abril, o relato final dos cinco grupos de trabalho do 7° Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Os GTs discutiram projetos nas áreas de produção laboratorial impressa, pesquisa na graduação, produção laboratorial eletrônica, projeto pedagógico e atividades de extensão. Uma preocupação comum a todos os grupos foi o envolvimento dos alunos na produção dos projetos e a integração entre os estudantes das várias fases.

No GT sobre pesquisa na graduação foram ressaltadas a necessidade da preparação dos futuros profissionais para o uso das novas tecnologias, citando os projetos da rádio on-line implantada na Universidade Federal de Santa Catarina e o site criado por alunos para a Universidade Federal Fluminense. Projetos de criação de documentários em formatos livres e telejornais e radiojornais organizados com dificuldades de infra-estrutura mas que apresentaram sucesso, foram abordados no GT de produção laboratorial eletrônica.

O relato dos grupos de extensão e projeto pedagógico demonstraram maior interesse na criação de meios que prestem serviços, sem fins lucrativos, e promovam a cidadania dentro dos cursos de Jornalismo. Os trabalhos apresentados no grupo de produção laboratorial impressa relataram, na sua maioria, experiências de implantação, condução ou reformulação de jornais laboratórios.

Annelize Conti - Rádio Ponto UFSC

Professores discutem a extensão no ensino

Professores de jornalismo de todo o país discutiram, nesta segunda, a importância de projetos que colocam os alunos próximos da prática da profissão. Este foi um dos temas debatidos no Fórum de Professores, que termina nesta terça, em Florianópolis.

Projetos de nove professores de universidades de todo o país foram apresentados para os participantes do grupo de trabalho, no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Na conversa ao final das exposições, os docentes concluíram que trabalhos na graduação que envolvam a sociedade é o que há de mais próximo do fazer jornalístico.

Eles também perceberam que dificuldades no desenvolvimento dos projetos, como falta de incentivos financeiro (por meio de bolsas) e de carga horária das universidades, são recorrentes em todas as entidades de ensino.

Rádio nos bairros

Um dos projetos apresentados na manhã dessa segunda, foi o do programa de rádio "Onde você mora". A produção e execução do programa, que aborda os problemas de bairros da periferia, é a atividade de extensão iniciada há cinco anos pelo professor César de Azevedo, da Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, juntamente com seus os alunos do curso de Jornalismo.

Durante a semana os estudantes levantam as pautas nos bairros pobres da cidade para abordarem os assuntos no programa, que vai ao ar das 18h às 20 horas de domingo, na rádio AM de maior audiência da região.

No princípio, o programa era um simples meio de denúncias por telefone dos problemas dos bairros, explica Bibiana de Paula, que começou como aluna no projeto e atualmente é professora da universidade.

Com o tempo a produção conseguiu que os problemas fossem melhor avaliados para serem apresentados na rádio já dentro de um contexto e com sugestões de solução. Bibiana diz que dessa forma se conseguiu fazer "uma comunicação popular sem usar uma linguagem popularesca, como é comum nas rádios da cidade".

O "Onde você mora" recebe atualmente cerca de 50 ligações em cada domingo. O prefeito e secretários municipais participam freqüentemente, firmando ao vivo compromisso com os cidadãos.

João Werner Grando - Unaberta

19 de abril de 2004
Pesquisa é aliada do ensino de Jornalismo

A importância de introduzir atividades de pesquisa no cotidiano das disciplinas dos cursos de graduação foi discutida nesta segunda-feira, com a apresentação dos 22 trabalhos inscritos no GT sobre Pesquisa na Graduação, durante o 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo. De acordo com o coordenador do Fórum, Gerson Martins (Ielusc), os professores de jornalismo devem incentivar os alunos a adquirir conhecimento através de pesquisa, e não limitar as aulas ao ensino somente da técnica.

Os trabalhos apresentados abordaram o uso de novas mídias na sala de aula e o desenvolvimento do estudo do jornalismo através de pesquisas feitas na graduação. Entre eles a pesquisa “Linguagens, Tecnologias e Ensino do Jornalismo”, da professora Maria José Baldessar (UFSC), analisou a influência do desenvolvimento tecnológico sobre o modo de ensinar jornalismo, através da introdução de novas teorias e práticas laboratoriais.

Em seu trabalho Baldessar também discute a necessidade de proporcionar ao aluno de graduação o contato com as novas tecnologias, porque acredita ser impossível separar a teoria da prática no ensino do jornalismo. Projetos como a Rádio Ponto UFSC, emissora virtual do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, proporcionam essa fusão, diz a professora.

Bruna Tiussu - Rádio Ponto UFSC

19 de abril de 2004
TV e mídia online dominam produção eletrônica

Jornalismo online e televisão foram os principais assuntos abordados no Grupo de Trabalho sobre produção laboratorial eletrônica, durante todo o dia 19 de abril, no 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo.

A maior parte dos dezesseis trabalhos apresentados abordou o telejornalismo. Grande parte deles são pesquisas de mestrado e doutorado que tem como origem a orientação dos professores para a produção acadêmica de jornais e programas educativos.
Segundo a professora Sandra de Freitas (PUC/MG), coordenadora do GT, um trabalho que fugiu deste padrão abordou uma Rádio Poste, e foi feito na Universidade de Vila Velha (ES). Nesta experiência uma rádio de pequeno alcance leva informações elaboradas por alunos do curso de Jornalismo a uma comunidade.

Segundo a professora Beatriz Becker (UFRJ), que apresentou pesquisa a respeito de um telejornal veiculado pela internet, “é impossível, no momento que a gente vive na universidade hoje, dissociar o ensino da pesquisa”. Ela ressalta ainda que a técnica não pode ser mais importante do que os princípios jornalísticos.

Samia Barbosa - Rádio Ponto UFSC

19 de abril de 2004
Trabalhos de extensão atendem à comunidade

Começou na manhã dessa segunda-feira o Grupo de Trabalho sobre atividades de extensão, no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. A maioria dos trabalhos apresentados pretende atender à comunidade.

Os grupos de trabalho (GT) do fórum consistem em vários pesquisadores que se reúnem por temas e apresentam seus trabalhos durante 15 minutos, trocando experiências. O GT de extensão existe há três anos e é coordenado pela professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sandra de Deus.

Segundo Sandra, tentou-se fazer uma amostra geral do que é feito em extensão em comunicação no país, com 20 trabalhos que serão expostos por todo o dia. A novidade deste ano no GT é o número de novos participantes, restando apenas três professores que estão desde o primeiro ano do grupo. A dificuldade é que alguns apresentadores de trabalho não conseguiram vir a Florianópolis, pois tiveram dificuldades de liberação de suas universidades

Agência de Notícia é um dos destaques

Dos cinco primeiros trabalhos apresentados nesta amanhã, o projeto de uma agência de jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, é um dos principais destaques. Segundo uma das coordenadoras do projeto, Karina Woitowicz, o objetivo é superar as dificuldades de uma universidade pública, fazendo um projeto que pertence à universidade e beneficia alunos e comunidades carentes.

A Agência de Jornalismo da UEPG engloba assessoria de imprensa e produção de programas de rádio, TV, jornais impressos e on-line. As atividades são feitas gratuitamente para entidades carentes e sem fins lucrativos, que só pagam o custo do material. A universidade entra com os laboratórios e com a mão-de-obra voluntária, já que há apenas duas bolsistas de extensão.

Karina destaca que há um projeto em andamento de um jornal feito em papel reciclável para catadores de papel. Um dos principais benefícios do projeto é a convivência entre os alunos e os trabalhadores, comenta a coordenadora.

Outros trabalhos

Além da agência, outros quatro trabalhos de extensão de relevância foram apresentados no começo da manhã no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Os temas foram desde a produção de assessoria de imprensa no interior de São Paulo até debates sobre mídia entre profissionais, estudantes e comunidade do Tocantins. Mais informações sobre cada trabalho podem ser encontrados neste site, no link de atividades de extensão dentro dos Grupos de Trabalho.

Robson Martins - Unaberta

19 de abril de 2004
Professores de jornalismo trocam experiências

Trabalhos desenvolvidos na área de jornalismo por professores de todo o país serão apresentados nesse segundo dia do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Os projetos estão divididos em cinco GTs, que na terça fazem um balanço das exposições.

Em média 20 trabalhos serão apresentados nos Grupos de Trabalho, que começaram esta manhã. São projetos selecionados para o Fórum e que já são desenvolvidos pelas universidades de diversas cidades do país.

Cada professor tem 15 minutos para fazer sua exposição. Os GTs permitem que os participantes façam questionamentos e discutam em torno das idéias dos trabalhos. Todos os grupos têm a mediação de um professor envolvido na organização do evento.

Na manhã de terça-feira, os professores que apresentaram trabalhos voltam a se reunir para fazer uma análise geral do que foi discutido no dia anterior.

Os GTs e os mediadores dessa segunda-feira são:

Projetos Pedagógicos - Cristóvão Pereira
Atividades de Extensão - Sandra de Deus
Pesquisa na Graduação - Gerson Martins
Produção Laboratorial: impressos - Carmen Ribeiro
Produção Laboratorial: eletrônicos - Sandra Freitas

Mais informações sobre os trabalhos selecionados para apresentação na seção Grupos de Trabalho deste site.

João Werner Grando - Unaberta

19 de abril de 2004
Confira na íntegra a fala do profº Nelson Traquina na conferência de abertura

"Os desafios do ensino de Jornalismo na transição tecnológica" foram o tema abordado pelo professor da Universidade Nova de Lisboa Nelson Traquina, na conferência de abertura do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Segue abaixo a transcrição da fala do pesquisador.

O ensino do jornalismo perante os desafios da transição tecnológica

Em 1982, tive a oportunidade de defender no I Congresso dos Jornalistas Portugueses, a posição de que a melhor preparação para os futuros jornalistas era uma formação sólida nas ciências sociais e humanas, incluindo as ciências da comunicação, complementada com uma especialização em jornalismo com disciplinas teóricas e práticas que fornecem os alunos não só com saberes de fazer (“know-how to do”) mas também uma compreensão histórica e teórica acerca desta profissão cada vez mais central nas sociedades contemporâneas. Os desafios colocados pela transição tecnológica poderiam por em causa esta minha convicção mas, ao contrário, reforçam a minha certeza de que esta política científica é a mais correcta. Como disse o académico James W. Carey (1978) perante a Associação Norte-americana de Ensino do Jornalismo e da Comunicação:
“Devemos reconhecer que nºao estamos apenas a instruir pessoas para uma profissão ou para as exigências de uma prática profissional mas para a participação pública e para o futuro que transcende tanto as limitações da prática contemporânea como da política contemporânea. O nosso cliente é mais um público revitalizado do que consumeidores de profissões”.
Antes de abordar a questão da transição tecnológica, uma palavras sobre a história do ensino universitário do jornalismo porque, como o filósofo e político romano Cícero escreveu há mais de dois mil anos, “Desconhecer a história é permanecer criança para sempre”.

Em finais do século XIX, no primeiro congresso internacional de jornalistas, o primeiro de muitos que tiveram lugar até à explosão da Primeira Guerra Mundial. E Heinzmann-Savino levantou a questão do ensino universitário dos jornalistas e defendeu que os futuros jornalistas devem ser devidamente instruídaos por forma a “cumprir a elevada missão social que lhes foi atribuída” (Bjork, 1996).

Ainda nos finais do século XIX, o jornalista e director, James Pulitzer ofereceu financiar a criação de um curso universitário em jornalismo, oferecendo mais tarde uma soma de dois milhões de dólares para esse fim. Em 1902, apresentou a sua visão do ensino universitário do jornalismo da seguinte forma: “A minha ideia é reconhecer que o jornalismo é, ou deveria ser, uma das grandes profissões intelectuais, para educar, elevar e encorajar de um modo prático os actuais, e ainda mais, os futuros membros da profissão, exactamente como se tratasse do exercício do direito ou da medicina” (Dennis, 1988:11).

Ao longo do século XX, é incontestável que houve não só a expansão do ensino do jornalismo mas também a sua extensão ao incluir novas áreas, como a comunicação interpessoal, comunicação de massas e “communication studies”, bem como o ensino ligado à emergência de novas tecnologias como a rádio e a televisão. Nos anos 20 e 30 do século XX, o académico norte-americano responsável pela criação de programas de pós-graduação em jornalismo, Williard G. Bleyer, reiterou a visão de Pulitzer ao defender que os jornalistas “precisam de uma educação muito mais abrangente do que os membros de outras profissões”, e o plano de estudos, que deveria incluir “o governo e a política, economia, sociologia, psicologia, história, ciência e literatura, parecem ser os requisitos mínimos de preparação” (Bleyer, 1931:38).

Mas ao longo do seu trajecto, o estudo universitário do jornalismo e da comunicação tem sido marcado não só por uma por busca de respeitabilidade académica mas também por tensões e disputas internas que W. D. Sloan classifica mesmo de “esquizofrenia” (Sloan, 1990). O académico Tom Dickson chega a considerar o debate entre media profissionais e educadores um “diálogo de surdos” (Dickson, 2000:97).

Num levantamento dos cursos de jornalismo e da comunicação nos Estados Unidos no fim dos anos 90, mais de 140,000 estudantes estavam inscritos em 443 programas de estudo, e mais de 10,000 estudantes estavam inscritos em programas de Mestrado e mais de mil em Doutoramentos. No ano de 1996-1997, mais de 30,000 mil obtiveram a sua Licenciatura e mais de 3,500 o grau de Mestrado, havendo 125 Doutoramentos (Kosicki, Becker, Watson e Porter, 1998:4).

O nascimento da nova tecnologia

A primeira rede de computadores começou nos estados Unidos em 1969 com a rede ARPANET, uma rede financiada pelo Departamento de Defesa que ligava uns 30 contratantes em ciência dos computadores. O “email” foi uma das utilizações mais importantes, numa rede muito descentralizada, em grande parte devido à Guerre Fria. Décadas depois, continuava a ser muito decentralizada e o “email” continuava a ser uma utilização principal da Internet, bem como aceder ao World Wide Web com as suas mais de três triliões de páginas. Durante os primeiros vinte anos depois de 1969, como explica Everett M Rogers, a taxa de adopção das redes de computadores cresceu lentamente, mas por volta de 1988 começou a crescer de forma mais rápida, atingindo por volta de 2002 mais de 500 milhões de pessoas, cerca de nove por cento da população mundial (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:307). Como observa Lev Manovich, no seu livro The Language of New Media, tal como a invenção de Johannes Gutenberg no século XV e a invenção da fotografia no século XIX tiveram um impacto revolucionário no desenvolvimento da sociedade e culturas modernas, “estamos hoje no meio de uma nova revolução dos media - uma mudança de toda a cultura para formas computadorizadas de produção, distribuição e comunicação” (Manovich, 2002:19). Um estudo de 2004 realizado na Universidade de Columbia sublinha o mesmo ponto: “O jornalismo está no meio de uma transformação histórica, provavelmente tão importante como a invenção do telégrafo ou da televisão” (www.stateofthenewsmedia.org).

93 por cento of all data and information in the world is produced in digital form (Davenport, Fico e DeFleur, 2002). Se 93 por cento da informação no mundo está agora armazenada electronicamente, os jornalistas necessitam estar intimamente familiarizados com este ambiente digital.

A tecnologia é o catalisador de um mundo em mudança. Como escreve o professor norte-americano John Pavlik: “É um mundo progressivamente moldado por media interactivos, sistemas globais de comunicação e acesso instantâneo à informação” (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:315). Acrescenta Pavlik: “Nunca antes foram o jornalismo e a comunicação mediatizada tão importantes para a sociedade civil” (ibid.).

A cobertura jornalística da Segunda Guerra do Golfo, em contraste com a cobertura da Primeira, foi marcada pela tecnologia, como o meu colega da Universidade Nova de Lisboa, ex-aluno e actual Director de Informação, José Rodrigues dos Santos, demonstrou no seu artigo publicado no número mais recente da revista Media & Jornalismo (Rodrigues dos Santos, 2004). Escreve Rodrigues dos Santos (2004:28): “ Feitas as contas, ninguém tem dúvidas de que, como dizia o senador Hiriam Johnson, ‘quando uma guerra começa, a primeira baixa é a verdade’ (Knightly, 1975), e a Guerra do Golfo, que eclodiu em 1991 e terminou em 2003, não foi excepção. Mas raras foram as guerras onde, apesar das muitas verdades que ficaram por expor, se tenha ido tão longe no esforço de relatar os acontecimentos. As sociedades pós-modernas estão assentes nas tecnologias da comunicação, e quanto mais informação circular mais difícil é controlá-la”. Os aparelhos sem fio estão a tornar-se rapidamente no último grito da distribuição de serviços com implicações importantes para o jornalismo. Estão a ser acrescentados novos acessórios aos telemóveis tais como câmaras incluídas. Em 2003, pela primeira vez, as à Internet sem computador excedem as ligações com os computadores a nível mundial, e os utilizadores de telemóveis passaram a marca dos mil milhões (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:315).

A maioria dos analistas acredita que os jornais irão sobreviver, que não estão numa “espiral da morte”, e que várias formas de jornalismo irão desenvolver-se. No ensino do jornalismo, o ciberjornalismo irá competir por maior tempo de instrução, recursos e alunos. Concordo com o académico norte-americano Larry Pryor quando defende que o que é preciso é uma abordagem interdisciplinar e que os professores de jornalismo terão que encontrar espaço para novas disciplinas (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:306).

Os desafios da transição tecnológica

Segundo Pavlik, a transição tecnológica apresenta ao jornalismo desafios profundos em diversas áreas. Uma será na área da estrutura universitária, nomeadamente no ensino à distância, “e-seminars” e as universidades virtuais. Outra área será no modo de ensinar, não só pela existência de grupos de discussão “on-line”, arquivos digitais e “email”mas também pelo forma como o processo de aprendizagem é transformado. Aqui, em primeiro lugar, Pavlik aponta para o facto de que as fronteiras tradicionais da escola podem ser ultrapassadas; a sala de aula não precisa de ser o limite da discussão. Em segundo lugar, o nível de interacção entre professor e alunos pode ser intensificado dramaticamente. Em terceiro lugar, aumenta de forma exponencial os recursos postos à disposição do ensino; devido à tecnologia os custos podem aumentar mas também os avanços tecnológicos podem permitir a redução de custos. A transição tecnológica apresenta desafios numa outra área, nomeadamente na área do que é ensinado (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:313-315). Queria agora desenvolver este ponto.
Uma prioridade colocada pela transição tecnológica é a preparação dos futuros jornalistas para utilizar as capacidades postas à sua disposição, o chamado “computer-assisted reporting”:

Encontrar informação “backgound”; obter informação geral; encontrar informação sobre pessoas; encontrar informação útil para entrevistas;
Reunir informação de uma variedade de fontes que incluem a Internet, CD-Rom’s, banco de dados, arquivos e documentos públicos;
Desenvolver as capacidades de explorar a Internet e utilizar a Internet como ferramenta de reportagem;
Mobilizar o poder do computador para realçar o tradicional jornalismo de investigação;
Saber avaliar a informação na Internet.

Escrevem Davenport, Fico e DeFleur (2002:18): “Os programas de jornalismo devem aceitar a responsabilidade de preparar os estudantes para serem jornalistas eficazes na era digital”. Mesmo os jornalistas que trabalham nas indústrias jornalísticas tradicionais.

Uma segunda prioridade colocada pela transição tecnológica é a preparação dos futuros jornalistas para um novo tipo de jornalismo – o ciberjornalismo (Deuze, 2000).

Uma característica do ciberjornalismo é que é uma forma eminentemente multimédia. Como escreve Larry Pryor: “A tecnologia digital cria uma mistura de informação alfabética e icónica que oferece uma forma sem precedente de apresentar o conhecimento”. Acrescenta Pryor que a tecnologia oferece “novas formas de escrever e ler” (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:302). Os autores do livro Wired Style, Constance Hale e Jessie Scanlon (1999:2), escrevem: “A escrita na Web deve manter os elementos frequentemente rivais de palavras, imagens e código numa tensão primorosa, combinando movimento, profundidade, imediatismo, interactividade, capacidade de utilização – e rapidez”.

Uma segunda característica é a abolição da narrativa linear com o “hipertexto”. Devido à interactividade do novo médium, o hipertexto é definido como uma forma narrativa que não existe enquanto o “leitor” não o produz através de uma série de escolhas feitas de acordo com os seus desejos e interesses. O hipertexto é uma rede de textos potenciais. O público deixa de ser o “leitor” e é descrito como o “utilisador” que passa o seu tempo a navegar através das ementas e dos “links”. Os pacotes de palavras e imagens são módulos independentes, multimédia, ligados através dos “links” numa rede não-hierárquica.

Assim, estamos perante a terceira característica do jornalismo-em-linha: os hipertextos não comunicam através de uma só voz mas incorporam múltiplas perspectivas para contar a ‘estória’. Robert Huesca (2000:6) exemplifica: “(…) Em vez de representar o quem, o quê, porquê de um suicídio através de uma única voz, um repórter de hipertexto reuniria relatos complementares e antagónicos, que ocupariam lugares diferentes observando o mesmo acontecimento, tal como os raios de uma roda se liga a um eixo central”. De acordo com o autor do livro Online Journalism, Jim Hall, as notícias podem ser contadas através de perspectivas múltiplas “postas umas contra as outras por forma a conseguir uma compreensão dos temas e dos contextos” (2001:90).

A quarta característica está directamente ligada às condições do consumo do produto e à valorização da rapidez: a qualidade de ser breve. Jonathan e Lisa Price (2002:68) escrevem que os utilizadores esperam que os textos “actuem, saltem, comuniquem num rápida dentada, não como uma refeição completa mas como petisco que podem aquecer carregando nos botões do microondas”.

Existem outras consequências provocadas pelo desafio da transição tecnológica sobre o plano de estudos. Por exemplo, o ensino de jornalismo deve dar mais atenção à formação dos futuros jornalistas nos métodos de pesquisa das ciências sociais, incluindo a estatística. Uma “Task Force” da Associação do Ensino do Jornalismo e Comunicação norte-americana defendeu num relatório publicado nos finais dos anos 90 que os alunos deviam adquirir múltiplas competências e não apenas competências numa área de especialização (Dickson, 2000:155).

Perante os desafios da transição tecnológica, com todas as suas implicações, não podemos esquecer o essencial: aprender os princípios éticos, a boa escrita e o pensamento crítico, nas palavras de John Pavlik (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:314). Apesar do facto de continuar a ser a sua responsabilidade preparar os alunos para uma carreira profissional, o papel do ensino do jornalismo ultrapassa este objectivo. Precisa de transmitir aos seus alunos o reconhecimento de que o jornalismo tem um papel central no funcionamento da sociedade democrática. O ensino do jornalismo deve ajudar os alunos a serem melhores críticos e analistas dos meios de comunicação social. A análise crítica é essencial ao papel do ensino. Como escreve Jeremy Cohen (2001:18): “(…) (A) análise crítica é igualmente essencial para o ensino do jornalismo. Aprender a pensar acerca dos media é tão importante para os estudantes como o aperfeiçoamento dos saberes se quiserem trazer a melhor prática para as novas oportunidades sem precedentes que estão a surgir”.

Bibliografia

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Cohen, Jeremy (2001) “Symposium: Journalism and Mass Communication Education at the Crossroads”. Journalism & Mass Comunnication Educator. Autumn. 56 (3).

Davenport, Lucinda D., Fico, Fred, e DeFleur, Margaret H. (2002) “Computer-assisted Reporting in classrooms: A Decade of Diffusion and a Comparison to Newsrooms” Journalism & Mass Communication Educator Spring, 57 (1).

Dennis, E. E. (1988) “Whatever Happened to Marse Robert’s Dream?” Gannett Center Journal, 2, 1-22.

Dennis, Everette E., Meyer, Philip, Sundar, S. Shyam, Pryor, Larry, Rogers, Everette M., Chen, Helen L., e Pavlik, John (2003) “Learning Reconsidered: Education in the Digital Age Communications, Convergence and the Curriculum”. Journalism & Mass Communication Educator. Winter, 57 (4).

Deuze, Mark (2000) “Educating ‘New’ Journalists: Challenges to the Curriculum” Journalism & Mass Communication Educator. Spring, 56 (1).

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Huesca, Robert (2000) “Reinventing Journalism Curricula for the Electronic Environment”. Journalism & Mass Communication Educator, Spring. 55 (2).

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19 de abril de 2004
Presidente da SBPJor defende pesquisa em comunicação

Ampliar a pesquisa de tecnologias na área de jornalismo, elucidando especialmente a dinâmica dos processos produtivos, foi o desafio lançado aos professores de jornalismo ontem, no painel de abertura do Fórum, por Elias Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e professor da Universidade Federal da Bahia. “Até agora os estudos estão concentrados na crítica ao modelo, mas precisamos avançar na compreensão do modelo”, defendeu Machado em entrevista a Rádio Ponto UFSC.

Em sua visão, a pesquisa acadêmica deve ser sistematizada e fazer parte de todo o processo de ensino, desde a graduação. “O jornalismo está num processo de permanente evolução. A própria pesquisa que vai sendo desenvolvida também vai apontando novos caminhos para onde deve se direcionar a prática profissional”. Entre as mudanças que merecem atenção, pelas mudanças que podem produzir, estão o desenvolvimento da internet, as novas tecnologias de suporte e a utlização de bancos de dados, como base para reportagens.

“No caso brasileiro, a maioria das organizações jornalísticas ainda não estão funcionando na forma de banco de dados, que é justamente o que vai permitir o trabalho inteligente no jornalismo digital. Esse trabalho vai permitir que toda a tarefa pesada de busca e processamento de informação não seja feita pelo jornalista”.

Criada no ano passado, a SBPjor pretende estimular a formação de redes nacionais de pesquisa e abrir espaço nos encontros para divulgar os trabalhos. A produção de uma revista em inglês, a Brazilian Journalism Ressert, é o primeiro passo para isso. Na avaliação de Machado, o país desenvolve pesquisas de boa qualidade e em grande volume, mas o fato de se produzir em língua portuguesa compromete a disseminação do material.

Daiane Schmitt - Rádio Ponto UFSC

19 de abril de 2004
Jornalistas discutem mudanças na profissão

O debate, realizado na abertura do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, tratou das transformações promovidas pela internet na profissão. O palestrante foi Nelson Traquina, professor da Universidade Nova de Lisboa.

Considerado um dos mais importantes pesquisadores de jornalismo da atualidade, Nelson Traquina diz que vivemos numa época em que cada vez mais as mídias tendem a convergir, e que os cursos de jornalismo devem preparar o estudante para explorar as novas capacidades tecnológicas e se adaptarem a esse mercado multimídia.

Traquina considera o advento da internet tão importante para os jornalistas quanto o surgimento da televisão e defende que os profissionais precisam estar familiarizados com ela. "Novas tecnologias como celulares conectados à internet, desenvolvimento do ensino à distância, novas metodologias que incluam o mundo digital nos métodos tradicionais de ensino são profundos desafios que os educadores de jornalismo devem enfrentar", explica o professor.

Como o mundo digital é um evento recente na história da prática jornalística, Traquina acredita que não há ainda um método pedagógico específico para ensinar jornalismo multimídia. "Uso a pedagogia do erro, é fazendo que se aprende", admite.

Para o professor da UFSC, Eduardo Meditsch, o cérebro humano é multimídia, e isso faz com que as novas gerações se relacionem melhor com os avanços da tecnologia. "Como os alunos não estão tão condicionados, lidam melhor com essas transformações", explica Meditsch.

O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Elias Machado, um dos maiores defensores da inclusão pedagógica do jornalismo no mundo digital, diz que o processo é irreversível e benéfico para o jornalismo. "Mesmo as mídias impressas são totalmente digitalizadas antes de irem para o papel. O jornalismo vai continuar se adaptando às novas tecnologias como fez ao longo de sua história", relata Machado.

Francis França - Unaberta

18 de abril de 2004
Avaliação dos cursos é tema de debate no Pré-Fórum da Fenaj

Críticas ao falecido Provão e dúvidas sobre o recém-nascido Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) foram temas que predominaram durante a reunião que antecedeu a abertura do 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo. Organizado tradicionalmente pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) antes da abertura de todos os Fóruns de Professores, o debate aborda sempre preocupações dos profissionais em relação ao ensino. Para debater “A avaliação do ensino de jornalismo como estímulo à qualidade da formação” estiveram presentes Dulcídio Siqueira, assessor de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP, órgão que dá suporte e assessoria aos centros decisórios do MEC), Raquel Casiraghi, diretora da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), Daniel Herz, diretor da Fenaj e Sandra de Deus, coordenadora do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo. O debate foi mediado pela presidente da Fenaj, Beth Costa, que ressaltou o papel fundamental dos professores na formação dos jornalistas do futuro.

O novo sistema de avaliação do ensino

O assessor do Inep, Dulcídio Siqueira, apresentou uma retrospectiva da aprovação do Sinaes. O sistema, que começou a ser formulado em abril do ano passado, foi criado pela Medida Provisória 147/2003 e modificado pelos parlamentares antes de ser definitivamente aprovado. O Sinaes foi oficializado através de publicação no Diário Oficial na última quinta-feira, 15 de abril, e estará sendo implantado ao longo do ano. “A manutenção vai ser feita com o carro andando”, comparou Siqueira.

Para ele o Provão avaliava apenas os estudantes e, no caso dos cursos de Jornalismo, obtia uma fotografia bastante irreal da situação devido ao boicote estudantil. “A avaliação hoje distingue pouco os bons cursos daqueles que são deficientes”, disse Siqueira. Com o Sinaes, muda o eixo da avaliação, que passa a ser centrado mais nas instituições do que nos estudantes. A avaliação dos estudantes será mantida, mas com modificações. O Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enad) será realizado de três em três anos para cada curso, realizado por amostragem e não com a totalidade dos alunos, e contará com duas provas. A primeira será realizada ao final do primeiro ano de curso e a segunda na época da formatura. O objetivo é mensurar o conhecimento agregado pelos estudantes durante o curso. A avaliação irá considerar também a qualidade dos trabalhos de extensão realizados pelos cursos.

Para a implementação do Sinaes serão criadas uma Comissão Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Conaes), com 13 membros nomeados pelo presidente da República, e Comissões de Avaliação locais para cada instituição de ensino. A escolas tem dois meses, a partir da publicação da lei, para criar as Comissões locais, nas quais deverão estar contempladas todas as categorias da comunidade universitária. O Conaes será responsável pela emissão de pareceres que permitirão a abertura de novos cursos e a manutenção do funcionamento dos mesmos ou seu encerramento.

Siqueira disse que o Ministério da Educação pretende publicar na internet um cadastro com informações sobre todos os cursos e instituições, a partir dos dados levantados pelo Sinaes. Mas o MEC quer evitar que o resultado constitua um ranking, a exemplo do que ocorria com o Provão. Para Siqueira a forma como os jornalistas buscam os resultados da avaliação está equivocada. “As redações querem apenas o ranking, não buscam aprofundar a notícia sobre a avaliação dos cursos e instituições”. Em função disso ele acha que a mídia terá um interesse muito pequeno pelos resultados dos Sinaes, porque ele será uma avaliação mais lenta e que não busca constituir um ranking.

Foco no profissional

Para a diretora da Enecos, Raquel Casiraghi, a pergunta que deveria ser feita quando se pensa na avaliação dos cursos de graduação é “que tipo de profissional a sociedade está precisando?”. Ela lembrou que as universidades estão à serviço da sociedade, e não apenas do mercado de trabalho. Para isso ela considera importante que sejam avaliados os egressos dos cursos, a fim de verificar como cada instituição os preparou para a atuação efetiva. Levar em conta aspectos culturais e regionais é outra falha do Provão que a representante dos estudantes espera ver superado pelo Sinaes. Além disso “o Provão não apontava para a melhoria dos cursos, constituindo apenas um ranking”, lembrou Casiraghi.

Sandra de Deus disse que o Fórum dos Professores de Jornalismo também está preocupado com o tipo de profissional que está saindo das universidades. “Anos atrás a preocupação estava nos equipamentos que os cursos possuiam. Hoje o foco está nos profissionais e nos currículos de cada instituição”, disse ela. Para Sandra os professores de jornalismo deveriam ter representatividade no Conae. “Não é uma reivindicação, é uma necessidade”. A preocupação é compartilhada pelo professor Eduardo Meditsch, para quem “os cursos de Jornalismo não podem ser avaliados por profissionais de outras áreas”. Respondendo Meditsch e Sandra, o representante do Inep disse que cabe à Fenaj fazer pressão para que os jornalistas venham a ter assento nas comissões do Sinaes.

Qualidade não pode ser norteada pelo mercado

O representante da Fenaj, Daniel Herz destacou a preocupação dos jornalistas com a formação dos novos profissionais. Mas lembrou que a busca da qualidade não pode ser norteada apenas pelo mercado de trabalho. “Ela precisa ser bem mais ampla que isso”, disse. Para ele o jornalismo é uma forma de conhecimento complementar à literatura, à ciência e às artes, e essa importância deve ser considerada quando se está pensando a formação de novos profissionais. “Não devemos ter medo dos métodos e processos de avaliação, mas também não podemos canonizá-los”, complementou. Herz lembrou que um dos grandes problemas hoje é a aproximação do jornalismo com a ficção, com a publicidade e com o entretenimento.

Proliferação de novos cursos preocupa

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Fred Ghedini, externou preocupação com a proliferação descontrolada de cursos de jornalismo. Ele lembrou que na última seleção que a Editora Abril fez para 13 vagas de estágio participaram 3 mil estudantes do último período dos cursos. Ele propôs uma moratória, junto ao MEC, para a abertura de novos cursos, cuja única excessão seriam as regiões que ainda não os possuam.

Siqueira, do Inep, lembrou que advogados e médicos já fizeram pedido semelhante ao Ministério e o obtiveram. Ele concorda que tem ocorrido excesso de autorizações para novos cursos, mas lembra que apenas 9% dos brasileiros chegam atualmente ao 3º grau.

Sílvio da Costa Pereira - Assessoria Oficial

18 de abril de 2004
Teorias do Jornalismo são tema de livro de pesquisador português

O professor e pesquisador da Universidade Nova de Lisboa, Nelson Traquina, lançará na noite deste domingo, 18 de abril, o livro “Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são”, logo após a conferência de abertura do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. No livro, que está sendo lançado pela Editora Insular, o professor desmonta a idéia de que o estudo do jornalismo é uma atividade recente, e apresenta as diferentes abordagens teóricas feitas na área durante os últimos 50 anos. Apesar de toda a pesquisa já realizada, Traquina acredita que há ainda muito a ser feito para que se consiga consolidar um enquadramento teórico sobre a atividade do jornalismo.

Um dos mais importantes pesquisadores de jornalismo da atualidade, Traquina defende que os cursos de graduação devem oferecer uma formação sólida das ciências sociais e humanas com o complemento da prática. O professor diz que vivemos numa época em que cada vez mais as mídias tendem a convergir, e que os cursos de jornalismo devem preparar o estudante para explorar as novas capacidades tecnológicas e se adaptarem a esse mercado multimídia.

O que prejudica o trabalho do jornalista, segundo Traquina, é que as empresas de mídia hoje em dia tratam a atividade jornalística como negócio e esquecem que o jornalismo deve ser um serviço. Em busca de lucro, a estratégia das empresas tem sido reduzir custos, mantendo menos jornalistas nas redações. E quanto menos profissionais, mais trabalho acumulado. Com isso, não sobra tempo para os jornalistas refletirem sobre a própria profissão.

Quem é Nelson Traquina

Nelson Traquina é hoje um dos mais renomados estudiosos do jornalismo como objeto científico e teórico, e sua influência é crescente entre os professores e pesquisadores da área no Brasil. Seu trabalho ajudou a moldar a maneira de ensinar jornalismo em Portugal atualmente. Para ele, a formação deve ter um diferencial, que no caso seria o estudo teórico da prática jornalística, uma atividade tradicionalmente relacionada ao empirismo.

Nascido nos Estados Unidos, onde graduou-se e fez mestrado em Política Internacional, Traquina formou-se em jornalismo pelo Institut Française de Press e é doutor em sociologia pela Universidade René Descartes, de Paris, com uma tese sobre agências internacionais. Tornou-se professor do primeiro curso de Comunicação de Portugal, fundado em 1979. Além do livro que será lançado amanhã, o professor tem publicado no Brasil O Estudo do Jornalismo no Século XX, lançado em 2001 pela editora Unisinos, do Rio Grande do Sul.

Ana Lúcia Pessotto - Assessoria Oficial

18 de abril de 2004
Jornalistas questionam avaliação dos cursos de graduação

Neste domingo, 18 de abril, antecedendo a abertura do 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, será realizado um debate sobre “A avaliação do ensino de Jornalismo como estímulo à qualidade da formação”. O objetivo da discussão é buscar caminhos para a avaliação dos cursos de graduação em jornalismo, alternativos ao Provão do MEC. O assunto, que já vem sendo discutido há anos pelos jornalistas, ganha relevância nacional principalmente agora que o presidente da República sancionou a lei que cria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 15 de abril.

Segundo a professora Valci Zuculoto, diretora de educação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a avaliação dos cursos precisa ser permanente, e não focada apenas em uma prova realizada quando os estudantes estão saindo do curso. Ela ressalta que a Fenaj já possui há muito tempo um Programa Nacional de Estímulo à Qualidade de Ensino do Jornalismo, que propõe, entre outras coisas, a criação de comissões formadas por professores, estudantes, representantes das escolas, jornalistas e empresários para avaliar de forma mais aprofundada cada curso de graduação.

Os jornalistas são hoje provavelmente a categoria que mais reflete sobre a própria formação profissional no país. Desde 1999 a Fenaj vem reivindicando, junto ao Ministério da Educação, um espaço nas comissões que tratam do ensino superior, para poder opinar a respeito do assunto a partir das experiências dos profissionais.
Atualmente um dos assuntos que mais preocupa a Federação, e os próprios jornalistas, é a proliferação de cursos de graduação em jornalismo. Segundo Zuculoto não existem critérios que inibam a criação de cursos caça-níqueis, sem estrutura adequada a um ensino de qualidade.

O debate deste domingo contará com a presença de um diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP, órgão que dá suporte e assessoria aos centros decisórios do MEC), um da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), um diretor da Fenaj e uma coordenadora do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo.

Sílvio da Costa Pereira - Assessoria Oficial

18 de abril de 2004
Curso de Jornalismo monta estrutura especial para cobrir eventos

A cobertura jornalística do 7º Forum de Professores de Jornalismo é feita por 35 alunos do Curso de Jornalismo da UFSC, sob supervisão de professores e com a participação de jornalistas profissionais convidados.

O conteúdo produzido abastece várias mídias, entre elas quatro sites atualizados permanentemente (7º Fórum de Professores de Jornalismo, Projeto Universidade Aberta, Rede Alfredo de Carvalho e Fórum de Professores de Jornalismo), dois programas diários de rádio transmitidos pela Rádio Ponto UFSC, boletins e matérias para a TV Cultura de Florianópolis e textos exclusivos para a imprensa local e nacional.

Em uma estrutura especialmente montada no evento, todas os projetos envolvidos compartilham a pauta e as informações apuradas, permitindo uma completa cobertura.


Conheça a estrutura de produção

Sala 215
Laboratório de Telejornalismo: responde pela cobertura em vídeo, com matérias e boletins gerados diretamente para a TV Cultura de Florianópolis, como parte do projeto de pesquisa Marint (Produção Interativa de TV). Os mesmos alunos produzem matérias para o programa “Revista da Semana”, transmitido aos sábados também na TV Cultura.

Sala Royal
Laboratório de Radiojornalismo: transmite dois programas diários de meia hora para a Radio Ponto, a rádio virtual do Curso de Jornalismo, no endereço www.radio.ufsc.br.

Sala Ilha das Aranhas
Sala de imprensa: produção de material de assessoria de imprensa e atualização dos sites do 7º Forum, no www.7forum.ufsc.br, da Rede Alcar, www.jornalismo.ufsc.br/redealcar e do Forum de professores, no www.professoresjornalismo.jor.br.

Universidade Aberta: Mantém repórteres que produzem material no próprio evento. A edição é executada no Curso de Jornalismo da UFSC em www.unaberta.ufsc.br.

Laboratório de fotografia:
Cobertura fotográfica digital dos eventos, abastecendo todas as mídias.

Richard Amante - Assessoria Oficial

17 de abril de 2004
Fórum inicia com palestra de Nelson Traquina e debate sobre a avaliação dos cursos de jornalismo

As atividades do 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo começam neste domingo, com uma avaliação do ensino do jornalismo e a palestra do professor e pesquisador português Nelson Traquina, que também lança o livro “Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são”, na noite de abertura do evento.

O professor da Universidade Nova de Lisboa será o primeiro conferencista do evento, com a palestra “Os desafios do ensino de Jornalismo na transição tecnológica”, às 20h. Participam também Elias Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, e o professor Eduardo Meditsch, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

No domingo à noite, Traquina lança o livro “Teorias do Jornalismo”, inédito no Brasil. Na publicação, o professor desmonta a idéia de que o estudo do tema é uma atividade recente e apresenta as diferentes abordagens teóricas feitas nos últimos 50 anos. Apesar de toda a pesquisa já realizada, o autor acredita que há ainda muito a ser feito para que se consiga consolidar um enquadramento teórico para a área.

Antecedendo a abertura do evento, será realizado o Pré-Fórum da Federação Nacional dos Jornalistas. O objetivo é discutir os métodos de avaliação dos cursos de graduação, tema que ganhou relevância após a sanção presidencial ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), publicada no Diário Oficial da última quinta-feira.

Na segunda e terça-feira serão apresentados diversos trabalhos de pesquisa. Na plenária de encerramento do encontro, que ocorre na noite de terça feira, os professores pretendem aprovar o estatuto e eleger a primeira diretoria da entidade, que deve trazer mais força política ao órgão.

Simone Cunha - Assessoria Oficial


14 de abril de 2004
7º Fórum integra comemorações de 25 anos do Curso de Jornalismo da UFSC

Este ano o Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, implementado em 1979, comemora 25 anos. Grandes eventos como o 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, seminários especiais, professores visitantes, novos projetos e mudanças no currículo são algumas das atividades que estão programadas para comemorar a data.

Atualmente, o Curso de Jornalismo da UFSC tem 214 alunos matriculados e conta com uma equipe de 23 professores em exercício, sendo que cinco são substitutos, e seis funcionários. Como parte das comemorações de 25 anos, o Curso estará promovendo dois grandes eventos para o início do ano de 2004.

Além do 7º Fórum, outro evento que também vai fazer parte das comemorações é o 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho. O encontro será realizado de 15 a 17 de abril e tem como tema a "História do ensino de Jornalismo e das profissões midiáticas no Brasil".

O encontro é uma promoção da Rede Alfredo de Carvalho para a Preservação da Memória da Imprensa e a Construção da História da Mídia no Brasil e vai ter participações como a do jornalista Luís Humberto Marcos, do Museu da Imprensa em Portugal, e da Dra. Esther Bertoletti, do centro de difusão e referência da Biblioteca Nacional. Durante o evento, também será feita uma mostra de trabalhos sobre a história da mídia através de filmes, vídeos e CDRoms.

Outras atividades para comemorar a data

Para comemorar os 25 anos, o Departamento de Jornalismo está programando uma série de atividades. Entre elas, o lançamento de um livro comemorativo aos 25 anos, a publicação da revista do Departamento, e a reformulação dos sites do curso. Além disso, o Curso de Jornalismo vai ampliar o seu espaço físico para uma área maior.

Pra este ano, estão previstos seminários especiais e o Departamento de Jornalismo vai trazer pela primeira vez ao Brasil o jornalista alemão Güenther Wallraf para ministrar uma palestra. A implementação do Núcleo de Projetos Editoriais, do Núcleo de Jornalismo Científico, a elaboração do projeto de mestrado acadêmico e alterações no currículo de graduação também farão parte das atividades de comemoração dos 25 anos.

No corredor principal do Departamento de Jornalismo será colocada uma placa em homenagem ao jornalista falecido Adelmo Genro Filho que lecionou no Curso em 1988. A inauguração da placa deverá ser feita no mês de abril e para oficializá-la, será convidado o ministro da Educação, Tarso Genro, irmão de Adelmo Genro Filho.

Adriane Alice Pereira


12 de abril de 2004
Inscrições para a Rede Alfredo de Carvalho e
Fórum de Professores de Jornalismo
precisam ser concluídas com envio de comprovantes

Os inscritos para 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho e o 7 º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo - inclusive os selecionados para a apresentação de trabalhos nos GTs de ambos os eventos - precisam concluir o processo de inscrição, efetuando o pagamento das taxas e enviando os comprovantes para a Campus Turismo, pelo fax (48) 233 65 25.

As inscrições só serão consideradas válidas após o envio dos comprovantes. E os interessados em participar dos dois eventos precisam fazer as duas inscrições.

Para efetivar a inscrição do 2º Encontro da Rede Alcar, o pagamento deve ser feito através de depósito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta 204676-8/Projeto Rede Alfredo de Carvalho. E para o Fórum de Professores de Jornalismo, o depósito das taxas deve ser também no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8.

Para ambas as inscrições serem concluídas, os comprovantes bancários precisam ser enviados por fax para a Campus Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone (0xx48) 233-6525.

Os selecionados para apresentação nos GTs também devem efetivar suas inscrições, preenchendo as fichas nos sites dos eventos e igualmente efetuando o pagamento das taxas. A organização também solicita que todos os participantes tragam, para Florianópolis, os seus comprovantes de inscrição e os apresentem durante os credenciamentos.


07 de abril de 2004
Últimos dias para fazer a inscrição no
7º Fórum de Professores de Jornalismo

A partir desta quinta-feira, dia 8 de abril, as inscrições para participar do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo passam a custar R$ 70. Os interessados devem se inscrever na seção inscrições até a véspera do encontro.


O depósito das taxas deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8 e o comprovante bancário precisa ser enviado por fax para a Campus Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone (0xx48) 233-6525. A inscrição só será considerada concluída após este envio do comprovante de pagamento. Os apresentadores dos Grupos de Trabalho também precisam fazer a inscrição e enviar o comprovante bancário para participar do evento.


01 de abril de 2004
Inscrições para o 7º Fórum têm preço especial até o dia 7 de abril

Os interessados em participar do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo podem aproveitar para fazer as suas inscrições com um valor diferenciado até o dia 7 de abril. Antes dessa data, as inscrições custam R$ 60 e devem ser feitas na seção inscrições. Para participar do evento, os interessados podem se inscrever até a véspera do encontro, mas a partir do dia 8 de abril, a taxa passa a custar R$ 70.

O depósito dos valores deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8 e o comprovante bancário precisa ser enviado por fax para a Campus Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone (0xx48) 233-6525. A inscrição só é considerada concluída e a participação apenas será confirmada após este envio do comprovante de pagamento. Os apresentadores dos Grupos de Trabalho também precisam fazer a inscrição e enviar o comprovante bancário para participar do evento.


26 de março de 2004
Diretor do Inep afirma que estudantes de jornalismo serão avaliados em 2006

Paralelo ao 7º Fórum Nacional de Professores ocorre o Pré-Fórum da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com o tema "A avaliação do ensino do jornalismo como estímulo à qualidade da formação". Entre os participantes deste debate está o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Dilvo Ristoff.

Durante aula inaugural na Universidade Federal de Santa Catarina, o professor Ristoff explicou a nova avaliação de ensino superior, o Sistema de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), que substituirá o Provão. Neste ano, a avaliação será feita com estudantes da área da saúde e da agronomia, e em 2005 será a vez dos alunos de engenharia. A prova com os estudantes de jornalismo será realizada no final de 2006.

Aprovado na Câmara no começo de março, o novo sistema substitui o Provão e traz algumas mudanças. Entre os principais componentes estão: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. A partir dos resultados, será possível traçar um panorama da qualidade dos cursos e instituições de educação superior no país.

A avaliação da instituição é de caráter mais geral. Serão considerados aspectos como a missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); a política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão; a responsabilidade social da instituição, regime de contratação e política de capacitação de docentes, a infra-estrutura, incluindo o acesso de portadores de necessidades especiais. É nesta etapa em que a UFSC deve participar do programa piloto, durante três semanas em abril. O professor Dilvo ainda não conversou com o reitor Rodolfo Pinto da Luz para confirmar.

A qualidade dos cursos de graduação será verificada por meio da Avaliação das Condições de Ensino (ACE), realizada mediante visitas de comissões de especialistas das respectivas áreas do conhecimento. Na ACE serão avaliadas, principalmente, três dimensões: corpo docente, instalações e organização didático-pedagógica. Para cada uma das dimensões serão atribuídos conceitos em um escala com cinco níveis e haverá um conceito único para a avaliação.

O aluno terá uma prova semelhante a do Provão. Mas Ristoff disse que haverá uma mudança de conteúdo. Os estudantes serão avaliados quando completarem 25% dos créditos, no final do primeiro ano e ao final do curso para os alunos que tiverem quatro anos de graduação, por exemplo. A avaliação será feita por área e amostragem. No primeiro ano farão a prova os alunos da área de agronomia e saúde. No segundo, as engenharias e no último é a vez das humanas.

Maurício Frighetto


24 de março de 2004
Sai a lista dos selecionados para exposição nos GTs do Fórum de Professores

A listagem dos selecionados para exposição de trabalhos nos GTs do 7º Fórum estará disponível na seção Grupos de Trabalho a partir desta sexta-feira, dia 26. Apenas o GT de Impressos ainda não pode disponibilizar a lista, devido a problemas no computador da coordenadora do Grupo, professora Carmem Pereira. Todos os resumos enviados foram perdidos.

A coordenação do Fórum, ao mesmo tempo em pede desculpas por este transtorno involuntário, solicita que todos os inscritos no GT de Impressos reenviem seus resumos.

Tanto os selecionados para apresentar trabalhos como os professores e profissionais que pretendem somente participar da conferência com Nelson Traquina, dos debates no GTs e da plenária, devem fazer a inscrição geral disponível neste site.
Até o próximo dia 7 de abril, o valor é de R$ 60, e a partir de 8 de abril as inscrições custam R$ 70.


16 de março de 2004
Apresentação de trabalhos é destaque no 7º Fórum

Durante os três dias do 7º Fórum Nacional de Jornalismo importantes discussões deverão ser feitas e interessantes trabalhos serão apresentados aos participantes do encontro. Um dos destaques da programação do evento é a exibição dos projetos inscritos nos cinco Grupos de Trabalho do 7º Fórum, que irá divulgar e debater pesquisas fundamentais desenvolvidas por professores e profissionais da comunicação de todo o país.

Com uma média de 20 trabalhos inscritos, o GT Atividades de Extensão, coordenado pela professora Sandra de Deus, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), irá concentrar suas discussões nas atividades extencionistas das instituições, analisando a atuação das universidades junto à sociedade.

Para a professora Sandra, a apresentação dos trabalhos dos GT’s se caracteriza como uma importante contribuição para debater o ensino de jornalismo já que, eventos como o 7º Fórum, são um dos poucos espaços que os professores da área têm para discutir a sua relação de ensino. Sandra afirma que as discussões nos grupos de trabalho irão levantar questões interessantes sobre o ensino de jornalismo e sobre o tema geral do 7º Fórum, "Os desafios do ensino de Jornalismo na transição tecnológica". "Vivemos um momento especial da profissão e do ensino de jornalismo. Deriva deste momento, toda a atenção dos participantes do Fórum. Portanto, qualquer discussão sobre a ação de um professor na sociedade vai levar o debate para os desafios que enfrentamos", destaca a professora.

O tema geral do encontro também deve orientar as discussões e apresentações do GT Produção Laboratorial - Impressos, coordenado pela professora Carmem Pereira , da UniCarioca. Esse GT é o espaço para discussão do fazer na sala de aula, tendo como suporte os meios impressos. Segundo a professora, mesmo não seguindo necessariamente o tema geral, o debate no grupo é orientado pelo assunto, mas prioriza as experiências desenvolvidas em aula.

A grande expectativa da professora Carmem, com os trabalhos inscritos nesta edição do 7º Fórum, é a troca de experiências e as discussões que serão promovidas no encontro. "A experiência desses eventos tem sido enriquecedora, pois é o momento de refletirmos como ensinar a prática jornalística dos produtos impressos", afirma.

Exatamente 30 trabalhos estão inscritos no GT Projetos Pedagógicos, mas apenas três projetos se relacionam diretamente com o tema geral do 7º Fórum. O coordenador do GT, professor Cristóvão Pereira Souza, da Universidade Potiguar (UnP), explica porque apenas 10% dos trabalhos estão relacionados ao tema geral do evento. "Acho que essa estimativa vai ao encontro da percepção de que a tecnologia da atualidade é apenas mais uma entre tantas outras que pontuaram a jornada do homem em sua interação com o outro e com o meio ambiente. Se há uma transição, portanto, que ela se efetive na possibilidade de o homem finalmente abraçar a sua verdadeira vocação, que é, citando o grande educador Paulo Freire, ‘a de humanizar-se’, e isso independentemente da tecnologia do momento", analisa o professor.

Para Cristóvão, a apresentação dos GTs será uma importante contribuição para discutir o tema geral do Fórum e principalmente para analisar o ensino de jornalismo. "O jornalista é, ‘em última instância, um educador’. Enquanto formadores, portanto, devemos avançar para além das formas e dos meios, sob pena de estarmos ‘reificando’ a tecnologia em detrimento dos conteúdos e dos objetivos. Contudo, em uma contemporaneidade de interação interconectada globalmente, em que os efeitos se voltam contra as causas de forma instantânea, faz-se necessária à discussão de uma ética de utilização dessas novas possibilidades. Não podemos esquecer ainda questões como a exclusão digital, cuja orfandade social não se restringe ao campo da comunicação entre indivíduos, mas também entre estes e o trabalho", completa.

Desenvolver e fomentar a pesquisa na graduação de jornalismo do país é o objetivo do GT Pesquisa na Graduação, coordenado pelo professor do Instituto Superior e Centro Educacional Luterano (Ielusc), Gerson Martins. "Queremos destacar aspectos internos da profissão para contribuir com o desenvolvimento de pesquisas como a base de atividades de ensino nos cursos de jornalismo", ressalta.

Para o professor, a sétima edição do Fórum de Professores promete ser um grande evento reunindo profissionais conceituados e promovendo discussões importantes sobre o ensino de jornalismo. Gerson Martins ressaltou que a realização do encontro em Florianópolis deve atrair um maior número de participantes. "Como as edições anteriores do evento eram realizadas em pontos extremos do país, acredito que a localização de Florianópolis facilitará a participação de mais pessoas. Além disso, o reconhecimento do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, também representa um grande atrativo".

Além dos GTs de Projetos Pedagógicos, Pesquisa na Graduação, Produção Laboratorial - Impressos e Atividades de Esxtensão, também será realizado na sétima edição do Fórum de Professores o GT Produção Laboratorial - eletrônicos. Esse grupo é coordenado pela professora da PUC de Minas Gerais, Sandra Freitas.

Adriane Alice Pereira


09 de março de 2004
Inscrições para apresentação de trabalho nos GTs do 7º Fórum terminam nesta quarta

As inscrições para os Grupos de Trabalho no 7º Fórum de Professores de Jornalismo se encerram nesta quarta-feira, dia 10 de março. Para inscrever trabalhos, os professores devem acessar o link do coordenador responsável que está disponível na seção Grupos de Trabalho ou no site do Fórum Nacional. Os trabalhos devem ser enviados, com um resumo de 15 linhas, corpo 12, Times New Roman , para o coordenador de cada GT. Não há a necessidade de enviar o trabalho completo que será apresentado no Fórum. Até o dia 20 de março, os coordenadores irão divulgar a lista dos trabalhos selecionados para exposição no 7º Fórum.

Os selecionados, assim como os demais participantes, precisam também efetuar as suas inscrições gerais para o evento que devem ser feitas na seção Inscrições até a véspera do encontro, com preços diferenciados. De 8 de março a 7 de abril, o valor é de R$ 60, e a partir do dia 8 de abril, as inscrições custam R$ 70.

O depósito das taxas deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8. O comprovante bancário precisa ser enviado por fax para a Campus Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone (0xx48) 233-6525. A inscrição só será considerada concluída após este envio do comprovante de pagamento.

Prazo de inscrição de trabalhos na Rede Alfredo de Carvalho encerra nesta sexta-feira

Também encerram nessa semana as inscrições para os Grupos de Trabalho do 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho, que será realizado de 15 a 17 de abril em Florianópolis. Os resumos e textos completos dos trabalhos deverão ser enviados aos coordenadores até 12 de março, exclusivamente por correio eletrônico, em arquivo do Word, corpo 12, Times New Roman, com indicações bibliográficas de acordo com as normas da ABNT. Na medida em que forem sendo analisados os resumos recebidos, seus autores receberão a confirmação.

Os autores dos trabalhos aceitos também deverão fazer a inscrição geral, assim como os demais interessados em participar do encontro, na página da Rede Alcar. Até 19 de março, as taxas são de R$ 50,00 e R$ 25,00 ( esta exclusiva para estudante). Depois de 19 de março, aumentam para R$ 70,00 e R$ 35,00 (estudante). O pagamento deve ser feito através de depósito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta 204676-8/Projeto Rede Alfredo de Carvalho. Também é preciso enviar comprovante de pagamento por fax para a agência Campus Turismo: (0xx48) 233-6525.

Adriane Alice Pereira



17 de dezembro de 2003
7º Fórum será no Hotel Praiatur

A organização do 7º Fórum de Professores de Jornalismo definiu, na última semana, o hotel onde será realizado o evento. Os participantes ficarão hospedados no Hotel Praiatur, na praia dos Ingleses, em Florianópolis. A organização aguarda fechar o acordo com a empresa aérea oficial do 7º Fórum para disponibilizar, aos inscritos, os pacotes de transporte e hospedagem.


8 de dezembro de 2003
A tecnologia como uma ferramenta do jornalismo

Com o tema: "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica", o 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo tem o objetivo de discutir o ensino do jornalismo diante dos avanços tecnológicos que estão mudando o perfil e a atuação dos profissionais.. Para a presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Beth Costa, a discussão desse tema é importante para garantir a qualidade do jornalismo diante das transformações da tecnologia no mercado de trabalho.

Para Beth, a tecnologia é uma ferramenta disponível e útil para os profissionais, mas não pode ser o tema central de um curso de jornalismo. Ela defende que, mais importante do que conhecer os recursos tecnológicos é saber como e para que utilizá-los. "A tecnologia é uma ferramenta que pode ser bem ou mal usada dependendo da formação do indivíduo. O mais importante é saber porque usar aquela ferramenta, saber qual é o objetivo da profissão, qual é o fundamento do exercício profissional. Se você não sabe para que a está usando, não adianta conhece-la".

Beth afirma que a tecnologia pode ser um diferencial no mercado de trabalho, mas não é decisiva para garantir uma boa atuação profissional. "Entrar no mercado de trabalho com esse potencial de conhecimento tecnológico é interessante, mas não quer dizer que você vai deixar de ser um bom jornalista porque não tem acesso a essas tecnologias. Se a pessoa não sabe escrever qual é a diferença de ela usar uma máquina de escrever ou um computador?".

A jornalista destaca que o 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo é uma importante oportunidade para debater assuntos que, assim como o tema geral do encontro, abordem a qualidade do ensino de jornalismo. "É um momento privilegiado já que, uma das linhas de ação da Fenaj é ampliar as discussões sobre a qualidade da formação profissional. Além disso, é uma oportunidade para sabermos como estão os programas e os projetos das universidades e também conhecermos novas iniciativas de pesquisa e extensão".

O Pré-Fórum da Fenaj

Paralelo ao 7º Fórum ocorre o Pré-Fórum da Fenaj, que tem como objetivo estreitar a aliança entre o que se discute no mercado de trabalho e o que está sendo ensinado nos cursos de jornalismo. De acordo com Beth Costa, a idéia principal do encontro é discutir as questões do dia-a-dia do jornalista, problemas e polêmicas da profissão, com quem está formando os novos profissionais. "É através do Pré-Fórum, aproveitando a presença dos professores e estudantes de jornalismo, que fazemos a troca entre o que estamos sentindo ali na ponta, no exercício da profissão, e que pode servir para a discussão da qualidade do ensino. É uma atualização de ambos os lados".

O tema geral do Pré-Fórum é: "A avaliação do ensino de jornalismo como estímulo à qualidade da formação". Segundo Beth Costa, o tema pretende destacar a valorização da passagem pela universidade para o exercício da profissão e a preocupação de que as instituições estejam fornecendo ensino de qualidade para o novo jornalista. "Não adianta a gente valorizar e considerar essencial a passagem pela universidade se a instituição está oferecendo cursos de qualidade duvidosa para a formação dos profissionais".

Beth desataca que a grande pergunta a ser discutida e respondida durante o Pré-Fórum da Fenaj é se a universidade está realmente formando jornalistas qualificados para todos os desafios da profissão. Para a jornalista, o evento vai promover essa avaliação do papel da universidade na formação dos novos jornalistas. "Nesse encontro podemos ter um diálogo direto com os professores e estudantes de jornalismo, ou seja, as pessoas que botam a mão na massa para a qualificação do ensino, e dessa forma debatermos se a universidade está formando bem e se está garantindo a preparação dos profissionais".

Adriane Alice Pereira


1º de dezembro de 2003
O ensino do jornalismo digital como desafio na transição tecnológica


Que a internet revolucionou as formas de se comunicar, de pesquisar, de se obter informação, já parece ser senso comum. No Brasil, a recente chegada das grandes empresas de comunicação na rede fez com que a atividade jornalística também mudasse. O imediatismo e a interatividade da grande rede exigem profissionais cada vez mais capacitados para atuar neste novo meio. Neste sentido, surgem a cada dia vários estudos que tem como objetivo estabelecer e caracteriza as especificidades de um jornalismo voltado para as redes digitais.

Estes foram os principais assuntos discutidos pelo professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Elias Machado Gonçalves, em palestra proferida no dia 20 de outubro, na Universidade Federal de Santa Catarina. Sob o título de "O Jornalismo nas redes como um desafio à prática profissional", Gonçalves esclareceu aos estudantes, professores e pesquisadores, os principais desafios do jornalista neste novo campo de trabalho. A palestra deve ser também um dos assuntos que serão discutidos no 7º Fórum de Professores Jornalistas, cujo tema é "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica". A sétima edição do Fórum será realizada em abril de 2004, em Florianópolis.

Durante a palestra, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão da UFSC, o professor lançou também um livro de sua autoria, "O ciberespaço como fonte para os jornalistas". Na obra, Gonçalves procura fazer um estudo sistemático das iniciativas pioneiras em jornalismo digital no mundo, uma análise das especificidades das redes e das perspectivas. O livro é resultado de uma pesquisa que ele fez nos últimos dois anos, em que procurou compreender a especificidade deste novo campo para preparar os profissionais de jornalismo que chegam ao mercado.

"Estamos diante de um grande desafio para os jornalistas - é uma nova forma de fazer jornalismo", aponta. Para ele, a rede pode ser considerada um marco para o jornalismo, já que há uma mudança na natureza da prática jornalística. Observa-se uma nova forma de apuração, produção e circulação da informação. Além de se criar um novo modelo de negócio. Para Gonçalves, estes quatro pontos são essenciais para qualquer modelo de jornalismo.

O professor destaca ainda o novo tipo de ambiente onde há a prática do jornalismo digital. O suporte passa ser as redes digitais. "No caso do jornal, o suporte é o papel. No rádio, as ondas. Agora no jornalismo digital, a grande rede é este suporte", aponta.

Durante a palestra, Gonçalves lembrou ainda que os jornalistas devem saber potencializar a rede como uma nova forma de se apurar a informação. "A rede é uma das mais ricas fontes de informação para o jornalista", destaca. Porém, é enfático ao afirmar que essas especificidades devem ser ensinadas. Gonçalves, que na UFBA é professor de Jornalismo Online, afirma há um conjunto de orientações para saber se tal sítio é confiável ou não.

Para ele, o jornalismo nas redes "pressupõe novos modelos". "Não é só replicar os antigos modelos", afirma. Há um modelo de produção diferente. Nas redações tradicionais, este modelo é centralizado, geralmente em um ambiente físico. Já na internet, além de o ambiente ser virtual, não há a necessidade de centralização da redação.

Quem é Elias Gonçalves

Elias Machado Gonçalves é jornalista desde 1981. Trabalhou em rádios e em jornais do Rio Grande do Sul, Bahia e Barcelona, na Espanha. Além disso, é pesquisador do Grupo de Pesquisas em Jornalismo Online, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Gonçalves também é editor da revista Pauta Geral, publicação especializada em jornalismo. Membro da Comissão Organizadora da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo, ele tem dois livros publicados: "Manual de Jornalismo na Internet" e "O ciberespaço como fonte para os jornalistas".

7º Fórum de Professores Jornalistas


O professor Elias Gonçalves será um dos debatedores na conferência de abertura do 7º Fórum de Professores Jornalistas. Junto com o professor Eduardo Meditsch, da UFSC, Elias debaterá o tema do encontro "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica ", com o conferencista professor Nelson Traquina, da Universidade Nova de Lisboa, Portugal.


Rodrigo Lóssio


Release
Florianópolis vai sediar o 7º Fórum dos Professores de Jornalismo

Atualizar o ensino do jornalismo diante dos avanços tecnológicos que estão mudando o perfil e a atuação dos profissionais. Essa será a pauta das discussões do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, que ocorre entre os dias 18 e 20 de abril de 2004, em Florianópolis. O evento é uma promoção do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo e realizado pelo Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

O 7º Fórum tem como tema principal: "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica" e um dos destaques do evento é a participação do professor da Universidade Nova de Lisboa, Nelson Traquina. O respeitado pesquisador, responsável pela disseminação de teorias do jornalismo para países de língua portuguesa, participa da conferência de abertura do encontro.

A conferência de Traquina terá como debatedores o professor de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, Eduardo Meditsch, e o professor da Universidade Federal da Bahia e representante da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), Elias Machado.

Paralelo ao 7º Fórum ocorre o Pré-Fórum da Fenaj, com o tema "A avaliação do ensino do jornalismo como estímulo à qualidade da formação". Participam do debate o diretor da Fenaj, Daniel Herz, um representante do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), um coordenador da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecos) e a coordenadora do Fórum dos Professores, Sandra de Deus.

Os coordenadores nacionais do Fórum de Professores de Jornalismo são: Gerson Luiz Martins, Cristóvão Pereira Souza, Sandra de Deus e Carmen Pereira. A coordenação em Florianópolis do 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo é da professora Valci Zuculoto.

Como participar

As inscrições estarão abertas a partir do dia 10 de novembro e podem ser feitas até a véspera do evento, com preços diferenciados. Até o dia 7 de março, os professores pagam R$ 50. De 8 de março a 7 de abril, o valor é de R$ 60, e partir do dia 8 de abril as inscrições custam R$ 70. O depósito das taxas deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8. O comprovante bancário precisa ser enviado por fax para a agência Campus Turismo, responsável pela organização do evento.

As inscrições podem ser feitas pela intenet, no ícone inscrições do menu principal.

As inscrições para os Grupos de Trabalho (GT`s) serão feitas entre os dias 1º de novembro e 10 de março. Para inscrever projetos nos GT`s, os professores devem acessar o link do coordenador responsável que está disponível na página do Fórum dos Professores. No dia 20 de março será divulgada a lista dos trabalhos selecionados para participar do 7º Fórum.

A agência oficial do evento é a Campus Turismo, que estará oferecendo pacotes com hospedagem e transporte aos participantes. Quem quiser obter mais informações pode acessar o site da agência, ou entrar em contato pelo telefone/fax: (48) 233 6525.