20
de abril de 2004
Fórum de Professores de Jornalismo elege nova diretoria
Durante
o 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, realizado
em Florianópolis, o Fórum Nacional de Prefossores
de Jornalismo foi institucionalizado e teve aprovado o seu estatuto.
A primeira diretoria do Fórum Nacional também foi
eleita. Confira abaixo os nomes dos membros:
Diretoria Executiva
Presidente: Gerson
Martins - UFRN
Vice-presidente: Carmen
Pereira - UCB - RJ
Diretora Administrativa: Sandra
de Deus - UFRGS
Diretor Científico: Luis
Martins da Silva - UnB - DF
Diretora Editorial e de Comunicação:
Sandra Freitas - PUC -
MG
Diretor Regional Norte: Narciso
Lobo - UNAM - AM
Diretor Regional Nordeste: Boanerges
Lopes - UFAL
Diretor Regional Centro-Oeste: Edson
Spenthof - UFG
Diretor Regional Sudeste: Juliano
Carvalho - PUCCamp - SP
Diretora Regional Sul: Valci
Zuculoto - UFSC
Conselho
Consultivo:
José Marques de
Melo - UMESP/USP - SP
Ana Arruda Callado
- PUC-RJ/UFRJ
Victor Gentilli - UFES - ES
Maria Luiza Nóbrega
- UFPE
Celso Schröder
- PUC-RS
Joaquim Lannes - UPCB
- MG
Cristóvão
Pereira - UNP - RN
Conselho
Fiscal:
Carmem Vieira
- UFMG
Moacir Barbosa de Sousa
- UFPB
Marcel Cheida - PUCCamp
- SP
20
de abril de 2004
Termina o Fórum de Professores de Jornalismo
Termina,
no dia 20 de abril, o 7º Fórum Nacional de Professores
de Jornalismo, no bairro dos Ingleses. O evento, que começou
no último domingo, teve como tema os desafios do ensino de
jornalismo na transição tecnológica.
No último
dia do fórum, os cinco grupos de trabalho apresentam as conclusões
das discussões ocorridas durante o evento. Às 14h
começou a plenária de encerramento. Durante à
tarde, haverá a "institucionalização"
do fórum, o que consiste na aprovação do estatuto
e eleição da primeira diretoria.
De acordo com
o coordenador nacional e candidato a presidente do fórum,
Gerson Martins, a entidade vai procurar representar a categoria
dos professores de jornalismo no MEC. A intenção é
que o órgão seja consultado sobre questões
como a autorização de funcionamento de novos cursos
de jornalismo e a avaliação destes cursos.
Também
haverá a escolha da sede do próximo fórum.
As instituições inscritas são a Universidade
Federal de Alagoas, a Universidade de Fortaleza e a PUC de Campinas.
E por fim, será aprovada a Carta de Florianópolis,
documento com a síntese das discussões do evento,
trechos dos relatórios dos grupos de trabalho e observações
dos coordenadores.
Segundo Gerson
Martins, o fórum é um espaço "imprescindível"
para a discussão da formação profissional dos
estudantes de jornalismo, sobretudo pela análise dos problemas
e soluções de ensino, além da troca de experiência
entre os educadores. Martins também afirma que, de acordo
com os relatores dos GTs, houve uma "evolução
sensível" em relação aos fóruns
anteriores. "Isso mostra o nosso amadurecimento", conclui
o coordenador.
O tema do próximo
fórum deve ser discutido entre a universidade escolhida para
sede e a diretoria da entidade. Um tema em potencial é, de
acordo com Gerson Martins, os critérios de avaliação
dos cursos de jornalismo, assunto discutido durante o pré-fórum
da Federação Nacional dos Jornalistas, no primeiro
dia do evento.
Os trabalhos
dos GTs serão publicados no site nacional da entidade www.professoresjornalismo.jor.br.
Luciana
Hioka - Unaberta
20
de abril de 2004
Para
Traquina, jornalismo precisa absorver tecnologias
O
professor Nelson Traquina, da Universidade Nova de Lisboa, participou,
no último domingo, da conferência de abertura do 7º
Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. O encontro termina
nesta terça.
O Fórum
reuniu professores de Jornalismo de todo o país e teve como
tema principal "Os desafios do ensino de jornalismo na transição
tecnológica".
Nelson Traquina
foi um dos convidados especiais. Ele é professor na Universidade
Nova de Lisboa e um dos mais importantes pesquisadores na área
de jornalismo. Na conferência de abertura, Traquina falou,
entre outras coisas, da preparação que o estudante
deve ter para explorar as novas capacidades tecnológicas
e se adaptarem a esse mercado multimídia.
Confira a entrevista
completa que o professor Traquina concedeu à Rádio
Ponto UFSC.
Rádio
Ponto UFSC: Professor, principalmente na última
década a tecnologia de transmissão de dados e informações
deu um grande salto. E cada vez mais ela vem se incorporando ao
jornalismo. Nesse contexto que tipo de adaptações
devem fazer as escolas de jornalismo para aproveitarem ao máximo
essa tecnologia?
Nelson
Traquina: Eu penso que as escolas terão que oferecer
disciplinas que dão aos estudantes a capacidade de utilizar
essas novas tecnologias, todo o potencial dessas tecnologias e,
assim, estarem melhorar preparados para o mercado de trabalho.
RPU:
Houve uma mudança muito grande no ensino de jornalismo após
esse "boom" tecnológico?
Traquina:
Não. Não acho que alteram. Qual é a política
mais correta para preparar novos jornalistas? É uma política
que privilegia uma formação sólida nas ciências
sociais e humanas, inclusive nas ciências da comunicação.
Essa política não é posta em causa pelas novas
tecnologias. As novas tecnologias reforçam ainda mais essa
política, aceleram ainda mais o jornalismo.
RPU:
O senhor acredita que as escolas de jornalismo devem formar jornalistas
com uma forte base teórica ou um preparo técnico,
o saber fazer jornalismo tecnicamente?
Traquina:
Eu sempre defendi que os cursos deveriam oferecer aos seus alunos
uma formação sólida nas ciências sociais
e humanas, com o complemento do domínio do saber fazer.
RPU:
Como os jornalistas devem encarar o desafio de serem profissionais
multimídias?
Traquina:
Bom, de fato, penso que os cursos terão que preparem pessoas
para um mundo cada vez mais multimídia. Certamente, saber
explorar ao máximo os benefícios que as novas tecnologias
oferecem, mas também terem conta que vamos viver num mundo
onde haverá cada vez mais convergência entre os meios
de comunicação e não separação
entre eles. Mas, o processo histórico é lento, nós
estamos neste momento perante o fim do jornal, nem da televisão,
etc.
Vai ter um tempo
até que as novas tecnologias entrem no cotidiano das pessoas,
já que nem todo mundo tem acesso a elas. Então, esse
é um processo que vai levar um tempo, mas penso que as escolas
devem ver no horizonte que caminhamos para a convergência,
para um mundo multimídia e assim, em vez de separarem o que
é importante separarem.
RPU:
Com a mesma pessoa produzindo para diversos veículos de diversos
formatos, a qualidade do material fica comprometida?
Traquina:
Não. Acho que os jornalistas vão ter que aprender
a tocar várias guitarras.
RPU:
Na correria em que vivem as redações, qual seria a
saída para se pensar mais o produto final? Como equilibrar
o fazer jornalismo com o pensar jornalismo?
Traquina:
É difícil, ainda mais quando vivemos num mundo em
que as empresas de mídia acentuam a importância do
lucro, o lado do jornalismo como negócio, com tendência
a esquecer que o jornalismo, segundo a sua ideologia, deve ser um
serviço. E, por isso, obcecados com o lucro, a estratégia
tem sido de reduzir os custos e isto implica reduzir o número
de jornalistas.
Então,
temos menos jornalistas e mais trabalho. São problemas que
existem, neste momento, e a tendência é essa e, enquanto
for essa será difícil exigir dos jornalistas fazer
o trabalho todo e ainda ter tempo para refletir sobre o que fazem.
RPU:
O senhor defende um jornalismo mais voltado para o lado social,
um jornalismo cívico, até comunitário. Mas
não é o que vemos, a maioria das empresas não
faz esse tipo de trabalho porque não é rentável.
Tem como se fazer um jornalismo social e rentável?
Traquina:
Concordo com uma das críticas do jornalismo cívico:
acho que os jornalistas devem ouvir mais os cidadãos. Critico
o jornalismo cívico quando eventualmente quer esquecer um
capital cultural adquirido ao longo do tempo, que são os
conceitos de distanciamento e objetividade. Penso eu que é
difícil conseguir um jornalismo com credibilidade sem a noção
do distanciamento e da objetividade.
RPU:
Com a internet e o mundo todo conectado, a informação
se tornou um produto cada vez mais globalizado. Professor, existe
alguma tendência do jornalismo se voltar para o mundial e
esquecer um pouco o regional? Ou a proximidade da notícia
com o receptor é um fator preponderante?
Traquina:
A internet torna possível se estabelecerem redes internacionais.
Penso que não terá como efeito eliminar a proximidade
do jornalismo, muito pelo contrário, o jornalismo continua
a ser uma indústria cultural que dá importância
a proximidade. Mas, tem-se que estudar, tem-se que verificar os
sites na Internet, mas acho que eles continuam preservando o valor-notícia
da proximidade.
RPU:
O professor Traquina aproveita o 7º Fórum para lançar
seu livro "Teorias do jornalismo - Por que as notícias
são como são", da editora catarinense Insular.
Comparado a outros ramos do conhecimento, o jornalismo e, principalmente,
o estudo do jornalismo é muito recente. O que nós
já temos consolidado das teorias do jornalismo e o que o
senhor traz de novidades neste livro?
Traquina:
Primeiro, queria desfazer essa idéia. A presença do
jornalismo na universidade, na área de comunicação
é a mais antiga. A primeira revista acadêmica que existe
no mundo da comunicação é sobre jornalismo.
Em segundo lugar, tem havido bastante investigação
na área há décadas...
RPU:
Desculpe, mas o que eu quis dizer é que o jornalismo é
recente comparado a áreas como o direito, a história,
a antropologia...
Traquina:
Sim, mas tem havido bastante investigação sobre jornalismo.
Dentro da área de comunicação é a uma
das que estão mais desenvolvidas e continua a ter muito interesse.
Agora, certamente, muito mais tem que ser feito para construir um
enquadramento teórico do jornalismo.
Tem havido muita
investigação, mas não necessariamente, neste
campo de enquadramento teórico. Portanto, no livro que vai
ser lançando aqui no Brasil, uma parte dele aborda as diferentes
abordagens teóricas que foram elaboradas nos últimos
cinqüenta anos sobre jornalismo.
Thiago
Macedo - Rádio Ponto UFSC
20
de abril de 2004
Papo Sobre Ciência
é destaque no Fórum de Jornalismo
O
professor de Jornalismo da UFSC, Áureo Moraes, apresentou
o projeto "Papo Sobre Ciência" no 7º Fórum
Nacional de Professores de Jornalismo. O projeto foi um dos seis
apresentados no Grupo de Trabalho de Extensão.
Áureo
Moraes destacou a importância do "Papo sobre Ciência",
que pretende aproximar cientistas da universidade a jornalistas
e estudantes. Pesquisadores de diversas áreas são
chamados para falar sobre seus conhecimentos e as novas descobertas.
"Não é uma entrevista coletiva, nem uma aula,
é um papo", define o professor.
O projeto, que
existe desde 2002, têm uma inserção institucional,
pois é coordenado pela Agencia de Comunicação
da UFSC. Decorreram dele matérias em jornais universitários
e comerciais, além de um programa de TV. O objetivo é
"estabelecer um primeiro passo para qualificar a cobertura
jornalística sobre Ciência e Tecnologia em Santa Catarina",
afirma Áureo Moraes.
Outros
projetos ligados à comunidade
A professora
Gilda Soares, do Centro Universitário Vila Velha, no Espírito
Santo, apresentou seu trabalho, onde os alunos produzem programas
que são veiculados por uma rádio comunitária.
A formação
de agentes comunicadores para rádios comunitárias
da Paraíba foi o tema apresentado pelo professor Moacir Sousa,
da UFPB. O professor mostrou, através de um vídeo,
como o trio (comunidade - universidade - organizações
não governamentais) pode dar certo.
Projetos mais
variados, como a produção de livros gravados em áudio
para cegos e analise de consumos culturais com adolescentes também
foram outros temas desta tarde.
A mediadora
do grupo, Sandra de Deus, considerou que os trabalho apresentados
possibilitaram um bom panorama geral dos projetos de extensão
feitos em jornalismo. Dos 20 trabalhos inscritos no Fórum,
15 foram apresentados, sendo sete de universidade públicas
e oito de privadas. No total 30 participantes registraram presença
nas exposições do grupo.
Sandra de Deus
ainda destacou a existência de muitos projetos de extensão
que não registrados como de comunicação, dando
assim a impressão de que não existem muito nessa área.
Segundo ela, por estarem envolvidos com outros cursos, como de saúde
e educação, o trabalho de alunos e professor de jornalismo
acaba não classificado nesta área. Ela cita como exemplo
a divulgação de programas de prevenção
a doenças e de alfabetização, que geralmente
contam com profissionais de comunicação.
Robson
Martins e João Grando - Unaberta
20
de abril de 2004
Institucionalização
do Fórum é um avanço, avalia coordenadora de
GT
Trabalhos
de excelente qualidade sobre as experiências de jornais laboratório
e mural foram apresentados no grupo de trabalho que abordou a produção
laboratorial impressa. A avaliação é de Carmem
Pereira, coordenadora do GT. Para ela o encontro deste ano marcou
a consolidação do Fórum depois de 10 anos do
primeiro movimento. "Nós estamos avançando agora
com a institucionalização".
Para ela alguns
aspectos necessitam de melhorias nas faculdades de Jornalismo. "A
questão da avaliação neste momento é
o que mais nos preocupa". Ela questiona a avaliação
dos cursos por profissionais de outras áreas, "porque
a gente conhece a especificidade do jornalismo dentro do campo de
conhecimento da comunicação".
Annelize
Conti - Rádio Ponto UFSC
20
de abril de 2004
7º Fórum
contribuiu para avanço do ensino, pesquisa e extensão
em Jornalismo
O
7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo foi bem
sucedido no objetivo de discutir as diretrizes do ensino do jornalismo
no Brasil. A opinião é da professora Valci Zuculoto,
coordenadora geral do evento, que concedeu entrevista à Rádio
Ponto UFSC momentos antes do início da plenária de
encerramento do evento.
“Pelo
que a gente ouviu nos relatos finais, foram trabalhos muito proveitosos
de onde se evidenciaram propostas, projetos, trabalhos conjuntos
que vão ser tocados daqui pra frente”, disse Zuculoto.
Para ela isso é um avanço, porque um dos ideais do
Fórum é justamente contribuir para que os professores
reúnam seus projetos pedagógicos e toda a demanda
de ensino, pesquisa e extensão.
O resultado
da apresentação
de trabalhos e das discussões realizadas durante o 7º
Fórum será agora levada para as salas de aula e projetos.
“Vamos aplicar o que foi discutido e daqui um ano nos encontramos
novamente. Provavelmente vamos ter avançado em função
do que se aprendeu aqui, e teremos, assim, novos desafios a nos
propor no próximo Fórum” avaliou a coordenadora
do evento.
Ela também
destacou a importância da institucionalização
do Fórum Nacional dos Professores, que deixa de ser apenas
um encontro anual para se transformar em uma entidade.
Valci Zuculoto
elogiou o trabalho de todos que ajudaram no planejamento e na organização
do evento. “O Curso de Jornalismo da UFSC, o Sindicato dos
Jornalistas de Santa Catarina e a Federação Nacional
dos Jornalistas, todos cumpriram com o papel que lhes estava reservado”,
disse. Ela destacou a participação dos estudantes
de Jornalismo da UFSC, que atuaram na secretaria, na organização,
na pré-organização, na produção
e alimentação do site e na assessoria de imprensa.
“Não é um Fórum deles, mas eles foram
chamados para contribuir e vieram com todo o gás, com toda
vontade”, concluiu.
Thiago
Macedo - Rádio Ponto UFSC
Grupos
de trabalho pedem maior envolvimento de estudantes nos projetos
de pesquisa e extensão
Foi realizada
na manhã desta terça-feira, 20 de abril, o relato
final dos cinco grupos de trabalho do 7° Fórum Nacional
de Professores de Jornalismo. Os GTs discutiram projetos nas áreas
de produção laboratorial impressa, pesquisa na graduação,
produção laboratorial eletrônica, projeto pedagógico
e atividades de extensão. Uma preocupação comum
a todos os grupos foi o envolvimento dos alunos na produção
dos projetos e a integração entre os estudantes das
várias fases.
No GT sobre
pesquisa na graduação foram ressaltadas a necessidade
da preparação dos futuros profissionais para o uso
das novas tecnologias, citando os projetos da rádio on-line
implantada na Universidade Federal de Santa Catarina e o site criado
por alunos para a Universidade Federal Fluminense. Projetos de criação
de documentários em formatos livres e telejornais e radiojornais
organizados com dificuldades de infra-estrutura mas que apresentaram
sucesso, foram abordados no GT de produção laboratorial
eletrônica.
O relato dos
grupos de extensão e projeto pedagógico demonstraram
maior interesse na criação de meios que prestem serviços,
sem fins lucrativos, e promovam a cidadania dentro dos cursos de
Jornalismo. Os trabalhos apresentados no grupo de produção
laboratorial impressa relataram, na sua maioria, experiências
de implantação, condução ou reformulação
de jornais laboratórios.
Annelize
Conti - Rádio Ponto UFSC
Professores
discutem a extensão no ensino
Professores
de jornalismo de todo o país discutiram, nesta segunda, a
importância de projetos que colocam os alunos próximos
da prática da profissão. Este foi um dos temas debatidos
no Fórum de Professores, que termina nesta terça,
em Florianópolis.
Projetos de
nove professores de universidades de todo o país foram apresentados
para os participantes do grupo de trabalho, no 7º Fórum
Nacional de Professores de Jornalismo. Na conversa ao final das
exposições, os docentes concluíram que trabalhos
na graduação que envolvam a sociedade é o que
há de mais próximo do fazer jornalístico.
Eles também
perceberam que dificuldades no desenvolvimento dos projetos, como
falta de incentivos financeiro (por meio de bolsas) e de carga horária
das universidades, são recorrentes em todas as entidades
de ensino.
Rádio
nos bairros
Um dos projetos
apresentados na manhã dessa segunda, foi o do programa de
rádio "Onde você mora". A produção
e execução do programa, que aborda os problemas de
bairros da periferia, é a atividade de extensão iniciada
há cinco anos pelo professor César de Azevedo, da
Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, juntamente com
seus os alunos do curso de Jornalismo.
Durante a semana
os estudantes levantam as pautas nos bairros pobres da cidade para
abordarem os assuntos no programa, que vai ao ar das 18h às
20 horas de domingo, na rádio AM de maior audiência
da região.
No princípio,
o programa era um simples meio de denúncias por telefone
dos problemas dos bairros, explica Bibiana de Paula, que começou
como aluna no projeto e atualmente é professora da universidade.
Com o tempo
a produção conseguiu que os problemas fossem melhor
avaliados para serem apresentados na rádio já dentro
de um contexto e com sugestões de solução.
Bibiana diz que dessa forma se conseguiu fazer "uma comunicação
popular sem usar uma linguagem popularesca, como é comum
nas rádios da cidade".
O "Onde
você mora" recebe atualmente cerca de 50 ligações
em cada domingo. O prefeito e secretários municipais participam
freqüentemente, firmando ao vivo compromisso com os cidadãos.
João
Werner Grando - Unaberta
19
de abril de 2004
Pesquisa
é aliada do ensino de Jornalismo
A importância
de introduzir atividades de pesquisa no cotidiano das disciplinas
dos cursos de graduação foi discutida nesta segunda-feira,
com a apresentação dos 22 trabalhos inscritos no GT
sobre Pesquisa na Graduação, durante o 7º Fórum
Nacional dos Professores de Jornalismo. De acordo com o coordenador
do Fórum, Gerson Martins (Ielusc), os professores de jornalismo
devem incentivar os alunos a adquirir conhecimento através
de pesquisa, e não limitar as aulas ao ensino somente da
técnica.
Os trabalhos apresentados
abordaram o uso de novas mídias na sala de aula e o desenvolvimento
do estudo do jornalismo através de pesquisas feitas na graduação.
Entre eles a pesquisa “Linguagens, Tecnologias e Ensino do
Jornalismo”, da professora Maria José Baldessar (UFSC),
analisou a influência do desenvolvimento tecnológico
sobre o modo de ensinar jornalismo, através da introdução
de novas teorias e práticas laboratoriais.
Em seu trabalho Baldessar
também discute a necessidade de proporcionar ao aluno de
graduação o contato com as novas tecnologias, porque
acredita ser impossível separar a teoria da prática
no ensino do jornalismo. Projetos como a Rádio Ponto UFSC,
emissora virtual do curso de Jornalismo da Universidade Federal
de Santa Catarina, proporcionam essa fusão, diz a professora.
Bruna
Tiussu - Rádio Ponto UFSC
19
de abril de 2004
TV e mídia online dominam produção
eletrônica
Jornalismo
online e televisão foram os principais assuntos abordados
no Grupo de Trabalho sobre produção laboratorial eletrônica,
durante todo o dia 19 de abril, no 7º Fórum Nacional
dos Professores de Jornalismo.
A
maior parte dos dezesseis trabalhos apresentados abordou o telejornalismo.
Grande parte deles são pesquisas de mestrado e doutorado
que tem como origem a orientação dos professores para
a produção acadêmica de jornais e programas
educativos.
Segundo a professora Sandra de Freitas (PUC/MG), coordenadora do
GT, um trabalho que fugiu deste padrão abordou uma Rádio
Poste, e foi feito na Universidade de Vila Velha (ES). Nesta experiência
uma rádio de pequeno alcance leva informações
elaboradas por alunos do curso de Jornalismo a uma comunidade.
Segundo
a professora Beatriz Becker (UFRJ), que apresentou pesquisa a respeito
de um telejornal veiculado pela internet, “é impossível,
no momento que a gente vive na universidade hoje, dissociar o ensino
da pesquisa”. Ela ressalta ainda que a técnica não
pode ser mais importante do que os princípios jornalísticos.
Samia
Barbosa - Rádio Ponto UFSC
19
de abril de 2004
Trabalhos
de extensão atendem à comunidade
Começou
na manhã dessa segunda-feira o Grupo de Trabalho sobre atividades
de extensão, no 7º Fórum Nacional de Professores
de Jornalismo. A maioria dos trabalhos apresentados pretende atender
à comunidade.
Os grupos de
trabalho (GT) do fórum consistem em vários pesquisadores
que se reúnem por temas e apresentam seus trabalhos durante
15 minutos, trocando experiências. O GT de extensão
existe há três anos e é coordenado pela professora
da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Sandra de Deus.
Segundo Sandra,
tentou-se fazer uma amostra geral do que é feito em extensão
em comunicação no país, com 20 trabalhos que
serão expostos por todo o dia. A novidade deste ano no GT
é o número de novos participantes, restando apenas
três professores que estão desde o primeiro ano do
grupo. A dificuldade é que alguns apresentadores de trabalho
não conseguiram vir a Florianópolis, pois tiveram
dificuldades de liberação de suas universidades
Agência
de Notícia é um dos destaques
Dos cinco primeiros
trabalhos apresentados nesta amanhã, o projeto de uma agência
de jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no
Paraná, é um dos principais destaques. Segundo uma
das coordenadoras do projeto, Karina Woitowicz, o objetivo é
superar as dificuldades de uma universidade pública, fazendo
um projeto que pertence à universidade e beneficia alunos
e comunidades carentes.
A Agência
de Jornalismo da UEPG engloba assessoria de imprensa e produção
de programas de rádio, TV, jornais impressos e on-line. As
atividades são feitas gratuitamente para entidades carentes
e sem fins lucrativos, que só pagam o custo do material.
A universidade entra com os laboratórios e com a mão-de-obra
voluntária, já que há apenas duas bolsistas
de extensão.
Karina destaca
que há um projeto em andamento de um jornal feito em papel
reciclável para catadores de papel. Um dos principais benefícios
do projeto é a convivência entre os alunos e os trabalhadores,
comenta a coordenadora.
Outros
trabalhos
Além
da agência, outros quatro trabalhos de extensão de
relevância foram apresentados no começo da manhã
no 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Os
temas foram desde a produção de assessoria de imprensa
no interior de São Paulo até debates sobre mídia
entre profissionais, estudantes e comunidade do Tocantins. Mais
informações sobre cada trabalho podem ser encontrados
neste site, no link de atividades de extensão dentro dos
Grupos de Trabalho.
Robson
Martins - Unaberta
19
de abril de 2004
Professores
de jornalismo trocam experiências
Trabalhos
desenvolvidos na área de jornalismo por professores de todo
o país serão apresentados nesse segundo dia do 7º
Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Os projetos
estão divididos em cinco GTs, que na terça fazem um
balanço das exposições.
Em média
20 trabalhos serão apresentados nos Grupos de Trabalho, que
começaram esta manhã. São projetos selecionados
para o Fórum e que já são desenvolvidos pelas
universidades de diversas cidades do país.
Cada professor
tem 15 minutos para fazer sua exposição. Os GTs permitem
que os participantes façam questionamentos e discutam em
torno das idéias dos trabalhos. Todos os grupos têm
a mediação de um professor envolvido na organização
do evento.
Na manhã
de terça-feira, os professores que apresentaram trabalhos
voltam a se reunir para fazer uma análise geral do que foi
discutido no dia anterior.
Os GTs e os
mediadores dessa segunda-feira são:
Projetos Pedagógicos
- Cristóvão Pereira
Atividades de Extensão - Sandra de Deus
Pesquisa na Graduação - Gerson Martins
Produção Laboratorial: impressos - Carmen Ribeiro
Produção Laboratorial: eletrônicos - Sandra
Freitas
Mais informações
sobre os trabalhos selecionados para apresentação
na seção Grupos de Trabalho
deste site.
João
Werner Grando - Unaberta
19
de abril de 2004
Confira
na íntegra a fala do profº Nelson Traquina na conferência
de abertura
"Os
desafios do ensino de Jornalismo na transição tecnológica"
foram o tema abordado pelo professor da Universidade Nova de Lisboa
Nelson Traquina, na conferência de abertura do 7º Fórum
Nacional de Professores de Jornalismo. Segue abaixo a transcrição
da fala do pesquisador.
O
ensino do jornalismo perante os desafios da transição
tecnológica
Em 1982, tive
a oportunidade de defender no I Congresso dos Jornalistas Portugueses,
a posição de que a melhor preparação
para os futuros jornalistas era uma formação sólida
nas ciências sociais e humanas, incluindo as ciências
da comunicação, complementada com uma especialização
em jornalismo com disciplinas teóricas e práticas
que fornecem os alunos não só com saberes de fazer
(“know-how to do”) mas também uma compreensão
histórica e teórica acerca desta profissão
cada vez mais central nas sociedades contemporâneas. Os desafios
colocados pela transição tecnológica poderiam
por em causa esta minha convicção mas, ao contrário,
reforçam a minha certeza de que esta política científica
é a mais correcta. Como disse o académico James W.
Carey (1978) perante a Associação Norte-americana
de Ensino do Jornalismo e da Comunicação:
“Devemos reconhecer que nºao estamos apenas a instruir
pessoas para uma profissão ou para as exigências de
uma prática profissional mas para a participação
pública e para o futuro que transcende tanto as limitações
da prática contemporânea como da política contemporânea.
O nosso cliente é mais um público revitalizado do
que consumeidores de profissões”.
Antes de abordar a questão da transição tecnológica,
uma palavras sobre a história do ensino universitário
do jornalismo porque, como o filósofo e político romano
Cícero escreveu há mais de dois mil anos, “Desconhecer
a história é permanecer criança para sempre”.
Em finais do
século XIX, no primeiro congresso internacional de jornalistas,
o primeiro de muitos que tiveram lugar até à explosão
da Primeira Guerra Mundial. E Heinzmann-Savino levantou a questão
do ensino universitário dos jornalistas e defendeu que os
futuros jornalistas devem ser devidamente instruídaos por
forma a “cumprir a elevada missão social que lhes foi
atribuída” (Bjork, 1996).
Ainda nos finais
do século XIX, o jornalista e director, James Pulitzer ofereceu
financiar a criação de um curso universitário
em jornalismo, oferecendo mais tarde uma soma de dois milhões
de dólares para esse fim. Em 1902, apresentou a sua visão
do ensino universitário do jornalismo da seguinte forma:
“A minha ideia é reconhecer que o jornalismo é,
ou deveria ser, uma das grandes profissões intelectuais,
para educar, elevar e encorajar de um modo prático os actuais,
e ainda mais, os futuros membros da profissão, exactamente
como se tratasse do exercício do direito ou da medicina”
(Dennis, 1988:11).
Ao longo do
século XX, é incontestável que houve não
só a expansão do ensino do jornalismo mas também
a sua extensão ao incluir novas áreas, como a comunicação
interpessoal, comunicação de massas e “communication
studies”, bem como o ensino ligado à emergência
de novas tecnologias como a rádio e a televisão. Nos
anos 20 e 30 do século XX, o académico norte-americano
responsável pela criação de programas de pós-graduação
em jornalismo, Williard G. Bleyer, reiterou a visão de Pulitzer
ao defender que os jornalistas “precisam de uma educação
muito mais abrangente do que os membros de outras profissões”,
e o plano de estudos, que deveria incluir “o governo e a política,
economia, sociologia, psicologia, história, ciência
e literatura, parecem ser os requisitos mínimos de preparação”
(Bleyer, 1931:38).
Mas ao longo
do seu trajecto, o estudo universitário do jornalismo e da
comunicação tem sido marcado não só
por uma por busca de respeitabilidade académica mas também
por tensões e disputas internas que W. D. Sloan classifica
mesmo de “esquizofrenia” (Sloan, 1990). O académico
Tom Dickson chega a considerar o debate entre media profissionais
e educadores um “diálogo de surdos” (Dickson,
2000:97).
Num levantamento
dos cursos de jornalismo e da comunicação nos Estados
Unidos no fim dos anos 90, mais de 140,000 estudantes estavam inscritos
em 443 programas de estudo, e mais de 10,000 estudantes estavam
inscritos em programas de Mestrado e mais de mil em Doutoramentos.
No ano de 1996-1997, mais de 30,000 mil obtiveram a sua Licenciatura
e mais de 3,500 o grau de Mestrado, havendo 125 Doutoramentos (Kosicki,
Becker, Watson e Porter, 1998:4).
O
nascimento da nova tecnologia
A primeira rede
de computadores começou nos estados Unidos em 1969 com a
rede ARPANET, uma rede financiada pelo Departamento de Defesa que
ligava uns 30 contratantes em ciência dos computadores. O
“email” foi uma das utilizações mais importantes,
numa rede muito descentralizada, em grande parte devido à
Guerre Fria. Décadas depois, continuava a ser muito decentralizada
e o “email” continuava a ser uma utilização
principal da Internet, bem como aceder ao World Wide Web com as
suas mais de três triliões de páginas. Durante
os primeiros vinte anos depois de 1969, como explica Everett M Rogers,
a taxa de adopção das redes de computadores cresceu
lentamente, mas por volta de 1988 começou a crescer de forma
mais rápida, atingindo por volta de 2002 mais de 500 milhões
de pessoas, cerca de nove por cento da população mundial
(Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:307).
Como observa Lev Manovich, no seu livro The Language of New Media,
tal como a invenção de Johannes Gutenberg no século
XV e a invenção da fotografia no século XIX
tiveram um impacto revolucionário no desenvolvimento da sociedade
e culturas modernas, “estamos hoje no meio de uma nova revolução
dos media - uma mudança de toda a cultura para formas computadorizadas
de produção, distribuição e comunicação”
(Manovich, 2002:19). Um estudo de 2004 realizado na Universidade
de Columbia sublinha o mesmo ponto: “O jornalismo está
no meio de uma transformação histórica, provavelmente
tão importante como a invenção do telégrafo
ou da televisão” (www.stateofthenewsmedia.org).
93 por cento
of all data and information in the world is produced in digital
form (Davenport, Fico e DeFleur, 2002). Se 93 por cento da informação
no mundo está agora armazenada electronicamente, os jornalistas
necessitam estar intimamente familiarizados com este ambiente digital.
A tecnologia
é o catalisador de um mundo em mudança. Como escreve
o professor norte-americano John Pavlik: “É um mundo
progressivamente moldado por media interactivos, sistemas globais
de comunicação e acesso instantâneo à
informação” (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers,
Chen e Pavlik, 2003:315). Acrescenta Pavlik: “Nunca antes
foram o jornalismo e a comunicação mediatizada tão
importantes para a sociedade civil” (ibid.).
A cobertura
jornalística da Segunda Guerra do Golfo, em contraste com
a cobertura da Primeira, foi marcada pela tecnologia, como o meu
colega da Universidade Nova de Lisboa, ex-aluno e actual Director
de Informação, José Rodrigues dos Santos, demonstrou
no seu artigo publicado no número mais recente da revista
Media & Jornalismo (Rodrigues dos Santos, 2004). Escreve Rodrigues
dos Santos (2004:28): “ Feitas as contas, ninguém tem
dúvidas de que, como dizia o senador Hiriam Johnson, ‘quando
uma guerra começa, a primeira baixa é a verdade’
(Knightly, 1975), e a Guerra do Golfo, que eclodiu em 1991 e terminou
em 2003, não foi excepção. Mas raras foram
as guerras onde, apesar das muitas verdades que ficaram por expor,
se tenha ido tão longe no esforço de relatar os acontecimentos.
As sociedades pós-modernas estão assentes nas tecnologias
da comunicação, e quanto mais informação
circular mais difícil é controlá-la”.
Os aparelhos sem fio estão a tornar-se rapidamente no último
grito da distribuição de serviços com implicações
importantes para o jornalismo. Estão a ser acrescentados
novos acessórios aos telemóveis tais como câmaras
incluídas. Em 2003, pela primeira vez, as à Internet
sem computador excedem as ligações com os computadores
a nível mundial, e os utilizadores de telemóveis passaram
a marca dos mil milhões (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers,
Chen e Pavlik, 2003:315).
A maioria dos
analistas acredita que os jornais irão sobreviver, que não
estão numa “espiral da morte”, e que várias
formas de jornalismo irão desenvolver-se. No ensino do jornalismo,
o ciberjornalismo irá competir por maior tempo de instrução,
recursos e alunos. Concordo com o académico norte-americano
Larry Pryor quando defende que o que é preciso é uma
abordagem interdisciplinar e que os professores de jornalismo terão
que encontrar espaço para novas disciplinas (Dennis, Meyer,
Sundar, Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:306).
Os
desafios da transição tecnológica
Segundo Pavlik,
a transição tecnológica apresenta ao jornalismo
desafios profundos em diversas áreas. Uma será na
área da estrutura universitária, nomeadamente no ensino
à distância, “e-seminars” e as universidades
virtuais. Outra área será no modo de ensinar, não
só pela existência de grupos de discussão “on-line”,
arquivos digitais e “email”mas também pelo forma
como o processo de aprendizagem é transformado. Aqui, em
primeiro lugar, Pavlik aponta para o facto de que as fronteiras
tradicionais da escola podem ser ultrapassadas; a sala de aula não
precisa de ser o limite da discussão. Em segundo lugar, o
nível de interacção entre professor e alunos
pode ser intensificado dramaticamente. Em terceiro lugar, aumenta
de forma exponencial os recursos postos à disposição
do ensino; devido à tecnologia os custos podem aumentar mas
também os avanços tecnológicos podem permitir
a redução de custos. A transição tecnológica
apresenta desafios numa outra área, nomeadamente na área
do que é ensinado (Dennis, Meyer, Sundar, Pryor, Rogers,
Chen e Pavlik, 2003:313-315). Queria agora desenvolver este ponto.
Uma prioridade colocada pela transição tecnológica
é a preparação dos futuros jornalistas para
utilizar as capacidades postas à sua disposição,
o chamado “computer-assisted reporting”:
Encontrar informação
“backgound”; obter informação geral; encontrar
informação sobre pessoas; encontrar informação
útil para entrevistas;
Reunir
informação de uma variedade de fontes que incluem
a Internet, CD-Rom’s, banco de dados, arquivos e documentos
públicos;
Desenvolver as capacidades de explorar a Internet e utilizar a Internet
como ferramenta de reportagem;
Mobilizar o poder do computador para realçar o tradicional
jornalismo de investigação;
Saber avaliar a informação na Internet.
Escrevem Davenport,
Fico e DeFleur (2002:18): “Os programas de jornalismo devem
aceitar a responsabilidade de preparar os estudantes para serem
jornalistas eficazes na era digital”. Mesmo os jornalistas
que trabalham nas indústrias jornalísticas tradicionais.
Uma segunda
prioridade colocada pela transição tecnológica
é a preparação dos futuros jornalistas para
um novo tipo de jornalismo – o ciberjornalismo (Deuze, 2000).
Uma característica
do ciberjornalismo é que é uma forma eminentemente
multimédia. Como escreve Larry Pryor: “A tecnologia
digital cria uma mistura de informação alfabética
e icónica que oferece uma forma sem precedente de apresentar
o conhecimento”. Acrescenta Pryor que a tecnologia oferece
“novas formas de escrever e ler” (Dennis, Meyer, Sundar,
Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:302). Os autores do livro Wired
Style, Constance Hale e Jessie Scanlon (1999:2), escrevem: “A
escrita na Web deve manter os elementos frequentemente rivais de
palavras, imagens e código numa tensão primorosa,
combinando movimento, profundidade, imediatismo, interactividade,
capacidade de utilização – e rapidez”.
Uma segunda
característica é a abolição da narrativa
linear com o “hipertexto”. Devido à interactividade
do novo médium, o hipertexto é definido como uma forma
narrativa que não existe enquanto o “leitor”
não o produz através de uma série de escolhas
feitas de acordo com os seus desejos e interesses. O hipertexto
é uma rede de textos potenciais. O público deixa de
ser o “leitor” e é descrito como o “utilisador”
que passa o seu tempo a navegar através das ementas e dos
“links”. Os pacotes de palavras e imagens são
módulos independentes, multimédia, ligados através
dos “links” numa rede não-hierárquica.
Assim, estamos
perante a terceira característica do jornalismo-em-linha:
os hipertextos não comunicam através de uma só
voz mas incorporam múltiplas perspectivas para contar a ‘estória’.
Robert Huesca (2000:6) exemplifica: “(…) Em vez de representar
o quem, o quê, porquê de um suicídio através
de uma única voz, um repórter de hipertexto reuniria
relatos complementares e antagónicos, que ocupariam lugares
diferentes observando o mesmo acontecimento, tal como os raios de
uma roda se liga a um eixo central”. De acordo com o autor
do livro Online Journalism, Jim Hall, as notícias podem ser
contadas através de perspectivas múltiplas “postas
umas contra as outras por forma a conseguir uma compreensão
dos temas e dos contextos” (2001:90).
A quarta característica
está directamente ligada às condições
do consumo do produto e à valorização da rapidez:
a qualidade de ser breve. Jonathan e Lisa Price (2002:68) escrevem
que os utilizadores esperam que os textos “actuem, saltem,
comuniquem num rápida dentada, não como uma refeição
completa mas como petisco que podem aquecer carregando nos botões
do microondas”.
Existem outras
consequências provocadas pelo desafio da transição
tecnológica sobre o plano de estudos. Por exemplo, o ensino
de jornalismo deve dar mais atenção à formação
dos futuros jornalistas nos métodos de pesquisa das ciências
sociais, incluindo a estatística. Uma “Task Force”
da Associação do Ensino do Jornalismo e Comunicação
norte-americana defendeu num relatório publicado nos finais
dos anos 90 que os alunos deviam adquirir múltiplas competências
e não apenas competências numa área de especialização
(Dickson, 2000:155).
Perante os desafios
da transição tecnológica, com todas as suas
implicações, não podemos esquecer o essencial:
aprender os princípios éticos, a boa escrita e o pensamento
crítico, nas palavras de John Pavlik (Dennis, Meyer, Sundar,
Pryor, Rogers, Chen e Pavlik, 2003:314). Apesar do facto de continuar
a ser a sua responsabilidade preparar os alunos para uma carreira
profissional, o papel do ensino do jornalismo ultrapassa este objectivo.
Precisa de transmitir aos seus alunos o reconhecimento de que o
jornalismo tem um papel central no funcionamento da sociedade democrática.
O ensino do jornalismo deve ajudar os alunos a serem melhores críticos
e analistas dos meios de comunicação social. A análise
crítica é essencial ao papel do ensino. Como escreve
Jeremy Cohen (2001:18): “(…) (A) análise crítica
é igualmente essencial para o ensino do jornalismo. Aprender
a pensar acerca dos media é tão importante para os
estudantes como o aperfeiçoamento dos saberes se quiserem
trazer a melhor prática para as novas oportunidades sem precedentes
que estão a surgir”.
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19
de abril de 2004
Presidente
da SBPJor defende pesquisa em comunicação
Ampliar
a pesquisa de tecnologias na área de jornalismo, elucidando
especialmente a dinâmica dos processos produtivos, foi o desafio
lançado aos professores de jornalismo ontem, no painel de
abertura do Fórum, por Elias Machado, presidente da Sociedade
Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e professor da
Universidade Federal da Bahia. “Até agora os estudos
estão concentrados na crítica ao modelo, mas precisamos
avançar na compreensão do modelo”, defendeu
Machado em entrevista a Rádio Ponto UFSC.
Em sua visão, a pesquisa acadêmica
deve ser sistematizada e fazer parte de todo o processo de ensino,
desde a graduação. “O jornalismo está
num processo de permanente evolução. A própria
pesquisa que vai sendo desenvolvida também vai apontando
novos caminhos para onde deve se direcionar a prática profissional”.
Entre as mudanças que merecem atenção, pelas
mudanças que podem produzir, estão o desenvolvimento
da internet, as novas tecnologias de suporte e a utlização
de bancos de dados, como base para reportagens.
“No caso brasileiro, a maioria das organizações
jornalísticas ainda não estão funcionando na
forma de banco de dados, que é justamente o que vai permitir
o trabalho inteligente no jornalismo digital. Esse trabalho vai
permitir que toda a tarefa pesada de busca e processamento de informação
não seja feita pelo jornalista”.
Criada no ano
passado, a SBPjor pretende estimular a formação de
redes nacionais de pesquisa e abrir espaço nos encontros
para divulgar os trabalhos. A produção de uma revista
em inglês, a Brazilian Journalism Ressert, é o primeiro
passo para isso. Na avaliação de Machado, o país
desenvolve pesquisas de boa qualidade e em grande volume, mas o
fato de se produzir em língua portuguesa compromete a disseminação
do material.
Daiane
Schmitt - Rádio Ponto UFSC
19
de abril de 2004
Jornalistas discutem mudanças
na profissão
O
debate, realizado na abertura do 7º Fórum Nacional de
Professores de Jornalismo, tratou das transformações
promovidas pela internet na profissão. O palestrante foi
Nelson Traquina, professor da Universidade Nova de Lisboa.
Considerado um dos mais
importantes pesquisadores de jornalismo da atualidade, Nelson Traquina
diz que vivemos numa época em que cada vez mais as mídias
tendem a convergir, e que os cursos de jornalismo devem preparar
o estudante para explorar as novas capacidades tecnológicas
e se adaptarem a esse mercado multimídia.
Traquina considera
o advento da internet tão importante para os jornalistas
quanto o surgimento da televisão e defende que os profissionais
precisam estar familiarizados com ela. "Novas tecnologias como
celulares conectados à internet, desenvolvimento do ensino
à distância, novas metodologias que incluam o mundo
digital nos métodos tradicionais de ensino são profundos
desafios que os educadores de jornalismo devem enfrentar",
explica o professor.
Como
o mundo digital é um evento recente na história da
prática jornalística, Traquina acredita que não
há ainda um método pedagógico específico
para ensinar jornalismo multimídia. "Uso a pedagogia
do erro, é fazendo que se aprende", admite.
Para o professor da UFSC,
Eduardo Meditsch, o cérebro humano é multimídia,
e isso faz com que as novas gerações se relacionem
melhor com os avanços da tecnologia. "Como os alunos
não estão tão condicionados, lidam melhor com
essas transformações", explica Meditsch.
O professor
da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Elias Machado, um dos maiores
defensores da inclusão pedagógica do jornalismo no
mundo digital, diz que o processo é irreversível e
benéfico para o jornalismo. "Mesmo as mídias
impressas são totalmente digitalizadas antes de irem para
o papel. O jornalismo vai continuar se adaptando às novas
tecnologias como fez ao longo de sua história", relata
Machado.
Francis
França - Unaberta
18
de abril de 2004
Avaliação
dos cursos é tema de debate no Pré-Fórum da
Fenaj
Críticas
ao falecido Provão e dúvidas sobre o recém-nascido
Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (Sinaes) foram temas que predominaram durante a reunião
que antecedeu a abertura do 7º Fórum Nacional dos Professores
de Jornalismo. Organizado tradicionalmente pela Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj) antes da abertura de todos os Fóruns
de Professores, o debate aborda sempre preocupações
dos profissionais em relação ao ensino. Para debater
“A avaliação do ensino de jornalismo como estímulo
à qualidade da formação” estiveram presentes
Dulcídio Siqueira, assessor de imprensa do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP, órgão que
dá suporte e assessoria aos centros decisórios do
MEC), Raquel Casiraghi, diretora da Executiva Nacional dos Estudantes
de Comunicação Social (Enecos), Daniel Herz, diretor
da Fenaj e Sandra de Deus, coordenadora do Fórum Nacional
dos Professores de Jornalismo. O debate foi mediado pela presidente
da Fenaj, Beth Costa, que ressaltou o papel fundamental dos professores
na formação dos jornalistas do futuro.
O novo
sistema de avaliação do ensino
O assessor do
Inep, Dulcídio Siqueira, apresentou uma retrospectiva da
aprovação do Sinaes. O sistema, que começou
a ser formulado em abril do ano passado, foi criado pela Medida
Provisória 147/2003 e modificado pelos parlamentares antes
de ser definitivamente aprovado. O Sinaes foi oficializado através
de publicação no Diário Oficial na última
quinta-feira, 15 de abril, e estará sendo implantado ao longo
do ano. “A manutenção vai ser feita com o carro
andando”, comparou Siqueira.
Para ele o Provão
avaliava apenas os estudantes e, no caso dos cursos de Jornalismo,
obtia uma fotografia bastante irreal da situação devido
ao boicote estudantil. “A avaliação hoje distingue
pouco os bons cursos daqueles que são deficientes”,
disse Siqueira. Com o Sinaes, muda o eixo da avaliação,
que passa a ser centrado mais nas instituições do
que nos estudantes. A avaliação dos estudantes será
mantida, mas com modificações. O Exame Nacional do
Desempenho dos Estudantes (Enad) será realizado de três
em três anos para cada curso, realizado por amostragem e não
com a totalidade dos alunos, e contará com duas provas. A
primeira será realizada ao final do primeiro ano de curso
e a segunda na época da formatura. O objetivo é mensurar
o conhecimento agregado pelos estudantes durante o curso. A avaliação
irá considerar também a qualidade dos trabalhos de
extensão realizados pelos cursos.
Para a implementação
do Sinaes serão criadas uma Comissão Nacional de Avaliação
do Ensino Superior (Conaes), com 13 membros nomeados pelo presidente
da República, e Comissões de Avaliação
locais para cada instituição de ensino. A escolas
tem dois meses, a partir da publicação da lei, para
criar as Comissões locais, nas quais deverão estar
contempladas todas as categorias da comunidade universitária.
O Conaes será responsável pela emissão de pareceres
que permitirão a abertura de novos cursos e a manutenção
do funcionamento dos mesmos ou seu encerramento.
Siqueira disse
que o Ministério da Educação pretende publicar
na internet um cadastro com informações sobre todos
os cursos e instituições, a partir dos dados levantados
pelo Sinaes. Mas o MEC quer evitar que o resultado constitua um
ranking, a exemplo do que ocorria com o Provão. Para Siqueira
a forma como os jornalistas buscam os resultados da avaliação
está equivocada. “As redações querem
apenas o ranking, não buscam aprofundar a notícia
sobre a avaliação dos cursos e instituições”.
Em função disso ele acha que a mídia terá
um interesse muito pequeno pelos resultados dos Sinaes, porque ele
será uma avaliação mais lenta e que não
busca constituir um ranking.
Foco
no profissional
Para a diretora
da Enecos, Raquel Casiraghi, a pergunta que deveria ser feita quando
se pensa na avaliação dos cursos de graduação
é “que tipo de profissional a sociedade está
precisando?”. Ela lembrou que as universidades estão
à serviço da sociedade, e não apenas do mercado
de trabalho. Para isso ela considera importante que sejam avaliados
os egressos dos cursos, a fim de verificar como cada instituição
os preparou para a atuação efetiva. Levar em conta
aspectos culturais e regionais é outra falha do Provão
que a representante dos estudantes espera ver superado pelo Sinaes.
Além disso “o Provão não apontava para
a melhoria dos cursos, constituindo apenas um ranking”, lembrou
Casiraghi.
Sandra de Deus
disse que o Fórum dos Professores de Jornalismo também
está preocupado com o tipo de profissional que está
saindo das universidades. “Anos atrás a preocupação
estava nos equipamentos que os cursos possuiam. Hoje o foco está
nos profissionais e nos currículos de cada instituição”,
disse ela. Para Sandra os professores de jornalismo deveriam ter
representatividade no Conae. “Não é uma reivindicação,
é uma necessidade”. A preocupação é
compartilhada pelo professor Eduardo Meditsch, para quem “os
cursos de Jornalismo não podem ser avaliados por profissionais
de outras áreas”. Respondendo Meditsch e Sandra, o
representante do Inep disse que cabe à Fenaj fazer pressão
para que os jornalistas venham a ter assento nas comissões
do Sinaes.
Qualidade
não pode ser norteada pelo mercado
O representante da Fenaj,
Daniel Herz destacou a preocupação dos jornalistas
com a formação dos novos profissionais. Mas lembrou
que a busca da qualidade não pode ser norteada apenas pelo
mercado de trabalho. “Ela precisa ser bem mais ampla que isso”,
disse. Para ele o jornalismo é uma forma de conhecimento
complementar à literatura, à ciência e às
artes, e essa importância deve ser considerada quando se está
pensando a formação de novos profissionais. “Não
devemos ter medo dos métodos e processos de avaliação,
mas também não podemos canonizá-los”,
complementou. Herz lembrou que um dos grandes problemas hoje é
a aproximação do jornalismo com a ficção,
com a publicidade e com o entretenimento.
Proliferação
de novos cursos preocupa
O presidente
do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Fred Ghedini,
externou preocupação com a proliferação
descontrolada de cursos de jornalismo. Ele lembrou que na última
seleção que a Editora Abril fez para 13 vagas de estágio
participaram 3 mil estudantes do último período dos
cursos. Ele propôs uma moratória, junto ao MEC, para
a abertura de novos cursos, cuja única excessão seriam
as regiões que ainda não os possuam.
Siqueira, do
Inep, lembrou que advogados e médicos já fizeram pedido
semelhante ao Ministério e o obtiveram. Ele concorda que
tem ocorrido excesso de autorizações para novos cursos,
mas lembra que apenas 9% dos brasileiros chegam atualmente ao 3º
grau.
Sílvio
da Costa Pereira - Assessoria Oficial
18
de abril de 2004
Teorias
do Jornalismo são tema de livro de pesquisador português
O
professor e pesquisador da Universidade Nova de Lisboa, Nelson Traquina,
lançará na noite deste domingo, 18 de abril, o livro
“Teorias do Jornalismo: porque as notícias são
como são”, logo após a conferência de
abertura do 7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo.
No livro, que está sendo lançado pela Editora Insular,
o professor desmonta a idéia de que o estudo do jornalismo
é uma atividade recente, e apresenta as diferentes abordagens
teóricas feitas na área durante os últimos
50 anos. Apesar de toda a pesquisa já realizada, Traquina
acredita que há ainda muito a ser feito para que se consiga
consolidar um enquadramento teórico sobre a atividade do
jornalismo.
Um
dos mais importantes pesquisadores de jornalismo da atualidade,
Traquina defende que os cursos de graduação devem
oferecer uma formação sólida das ciências
sociais e humanas com o complemento da prática. O professor
diz que vivemos numa época em que cada vez mais as mídias
tendem a convergir, e que os cursos de jornalismo devem preparar
o estudante para explorar as novas capacidades tecnológicas
e se adaptarem a esse mercado multimídia.
O
que prejudica o trabalho do jornalista, segundo Traquina, é
que as empresas de mídia hoje em dia tratam a atividade jornalística
como negócio e esquecem que o jornalismo deve ser um serviço.
Em busca de lucro, a estratégia das empresas tem sido reduzir
custos, mantendo menos jornalistas nas redações. E
quanto menos profissionais, mais trabalho acumulado. Com isso, não
sobra tempo para os jornalistas refletirem sobre a própria
profissão.
Quem
é Nelson Traquina
Nelson Traquina
é hoje um dos mais renomados estudiosos do jornalismo como
objeto científico e teórico, e sua influência
é crescente entre os professores e pesquisadores da área
no Brasil. Seu trabalho ajudou a moldar a maneira de ensinar jornalismo
em Portugal atualmente. Para ele, a formação deve
ter um diferencial, que no caso seria o estudo teórico da
prática jornalística, uma atividade tradicionalmente
relacionada ao empirismo.
Nascido nos
Estados Unidos, onde graduou-se e fez mestrado em Política
Internacional, Traquina formou-se em jornalismo pelo Institut Française
de Press e é doutor em sociologia pela Universidade René
Descartes, de Paris, com uma tese sobre agências internacionais.
Tornou-se professor do primeiro curso de Comunicação
de Portugal, fundado em 1979. Além do livro que será
lançado amanhã, o professor tem publicado no Brasil
O Estudo do Jornalismo no Século XX, lançado em 2001
pela editora Unisinos, do Rio Grande do Sul.
Ana
Lúcia Pessotto - Assessoria Oficial
18
de abril de 2004
Jornalistas
questionam avaliação dos cursos de graduação
Neste
domingo, 18 de abril, antecedendo a abertura do 7º Fórum
Nacional dos Professores de Jornalismo, será realizado um
debate sobre “A avaliação do ensino de Jornalismo
como estímulo à qualidade da formação”.
O objetivo da discussão é buscar caminhos para a avaliação
dos cursos de graduação em jornalismo, alternativos
ao Provão do MEC. O assunto, que já vem sendo discutido
há anos pelos jornalistas, ganha relevância nacional
principalmente agora que o presidente da República sancionou
a lei que cria o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (Sinaes), publicada no Diário
Oficial da União nesta quinta-feira, 15 de abril.
Segundo
a professora Valci Zuculoto, diretora de educação
da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a avaliação
dos cursos precisa ser permanente, e não focada apenas em
uma prova realizada quando os estudantes estão saindo do
curso. Ela ressalta que a Fenaj já possui há muito
tempo um Programa Nacional de Estímulo à Qualidade
de Ensino do Jornalismo, que propõe, entre outras coisas,
a criação de comissões formadas por professores,
estudantes, representantes das escolas, jornalistas e empresários
para avaliar de forma mais aprofundada cada curso de graduação.
Os
jornalistas são hoje provavelmente a categoria que mais reflete
sobre a própria formação profissional no país.
Desde 1999 a Fenaj vem reivindicando, junto ao Ministério
da Educação, um espaço nas comissões
que tratam do ensino superior, para poder opinar a respeito do assunto
a partir das experiências dos profissionais.
Atualmente um dos assuntos que mais preocupa a Federação,
e os próprios jornalistas, é a proliferação
de cursos de graduação em jornalismo. Segundo Zuculoto
não existem critérios que inibam a criação
de cursos caça-níqueis, sem estrutura adequada a um
ensino de qualidade.
O
debate deste domingo contará com a presença de um
diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(INEP, órgão que dá suporte e assessoria aos
centros decisórios do MEC), um da Executiva Nacional dos
Estudantes de Comunicação Social (Enecos), um diretor
da Fenaj e uma coordenadora do Fórum Nacional dos Professores
de Jornalismo.
Sílvio
da Costa Pereira - Assessoria Oficial
18
de abril de 2004
Curso
de Jornalismo monta estrutura especial para cobrir eventos
A
cobertura jornalística do 7º Forum de Professores de
Jornalismo é feita por 35 alunos do Curso de Jornalismo da
UFSC, sob supervisão de professores e com a participação
de jornalistas profissionais convidados.
O conteúdo produzido
abastece várias mídias, entre elas quatro sites atualizados
permanentemente (7º Fórum de Professores de Jornalismo,
Projeto Universidade Aberta, Rede Alfredo de Carvalho e Fórum
de Professores de Jornalismo), dois programas diários de
rádio transmitidos pela Rádio Ponto UFSC, boletins
e matérias para a TV Cultura de Florianópolis e textos
exclusivos para a imprensa local e nacional.
Em uma estrutura especialmente
montada no evento, todas os projetos envolvidos compartilham a pauta
e as informações apuradas, permitindo uma completa
cobertura.
Conheça a estrutura de produção
Sala 215
Laboratório de Telejornalismo:
responde pela cobertura em vídeo, com matérias e boletins
gerados diretamente para a TV Cultura de Florianópolis, como
parte do projeto de pesquisa Marint (Produção Interativa
de TV). Os mesmos alunos produzem matérias para o programa
“Revista da Semana”, transmitido aos sábados
também na TV Cultura.
Sala Royal
Laboratório de Radiojornalismo:
transmite dois programas diários de meia hora para a Radio
Ponto, a rádio virtual do Curso de Jornalismo, no endereço
www.radio.ufsc.br.
Sala Ilha das Aranhas
Sala de imprensa: produção
de material de assessoria de imprensa e atualização
dos sites do 7º Forum, no www.7forum.ufsc.br,
da Rede Alcar, www.jornalismo.ufsc.br/redealcar
e do Forum de professores, no www.professoresjornalismo.jor.br.
Universidade
Aberta:
Mantém repórteres que produzem material no próprio
evento. A edição é executada no Curso de Jornalismo
da UFSC em www.unaberta.ufsc.br.
Laboratório
de fotografia:
Cobertura fotográfica digital dos eventos, abastecendo todas
as mídias.
Richard
Amante - Assessoria Oficial
17
de abril de 2004
Fórum
inicia com palestra de Nelson Traquina e debate sobre a avaliação
dos cursos de jornalismo
As
atividades do 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo
começam neste domingo, com uma avaliação do
ensino do jornalismo e a palestra do professor e pesquisador português
Nelson Traquina, que também lança o livro “Teorias
do Jornalismo: porque as notícias são como são”,
na noite de abertura do evento.
O professor da Universidade
Nova de Lisboa será o primeiro conferencista do evento, com
a palestra “Os desafios do ensino de Jornalismo na transição
tecnológica”, às 20h. Participam também
Elias Machado, presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisadores
em Jornalismo, e o professor Eduardo Meditsch, da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC).
No domingo à noite,
Traquina lança o livro “Teorias do Jornalismo”,
inédito no Brasil. Na publicação, o professor
desmonta a idéia de que o estudo do tema é uma atividade
recente e apresenta as diferentes abordagens teóricas feitas
nos últimos 50 anos. Apesar de toda a pesquisa já
realizada, o autor acredita que há ainda muito a ser feito
para que se consiga consolidar um enquadramento teórico para
a área.
Antecedendo a abertura
do evento, será realizado o Pré-Fórum da Federação
Nacional dos Jornalistas. O objetivo é discutir os métodos
de avaliação dos cursos de graduação,
tema que ganhou relevância após a sanção
presidencial ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (Sinaes), publicada no Diário Oficial da última
quinta-feira.
Na segunda e
terça-feira serão apresentados diversos trabalhos
de pesquisa. Na plenária de encerramento do encontro, que
ocorre na noite de terça feira, os professores pretendem
aprovar o estatuto e eleger a primeira diretoria da entidade, que
deve trazer mais força política ao órgão.
Simone
Cunha - Assessoria Oficial
14
de abril de 2004
7º Fórum integra comemorações
de 25 anos do Curso de Jornalismo da UFSC
Este ano
o Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina,
implementado em 1979, comemora 25 anos. Grandes eventos como o 7º
Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, seminários
especiais, professores visitantes, novos projetos e mudanças
no currículo são algumas das atividades que estão
programadas para comemorar a data.
Atualmente, o Curso de Jornalismo
da UFSC tem 214 alunos matriculados e conta com uma equipe de 23
professores em exercício, sendo que cinco são substitutos,
e seis funcionários. Como parte das comemorações
de 25 anos, o Curso estará promovendo dois grandes eventos
para o início do ano de 2004.
Além do 7º
Fórum, outro evento que também vai fazer parte das
comemorações é o 2º Encontro Nacional
da Rede Alfredo de Carvalho. O encontro será realizado de
15 a 17 de abril e tem como tema a "História do ensino
de Jornalismo e das profissões midiáticas no Brasil".
O encontro é uma promoção
da Rede Alfredo de Carvalho para a Preservação da
Memória da Imprensa e a Construção da História
da Mídia no Brasil e vai ter participações
como a do jornalista Luís Humberto Marcos, do Museu da Imprensa
em Portugal, e da Dra. Esther Bertoletti, do centro de difusão
e referência da Biblioteca Nacional. Durante o evento, também
será feita uma mostra de trabalhos sobre a história
da mídia através de filmes, vídeos e CDRoms.
Outras atividades
para comemorar a data
Para comemorar os 25 anos, o
Departamento de Jornalismo está programando uma série
de atividades. Entre elas, o lançamento de um livro comemorativo
aos 25 anos, a publicação da revista do Departamento,
e a reformulação dos sites do curso. Além disso,
o Curso de Jornalismo vai ampliar o seu espaço físico
para uma área maior.
Pra este ano, estão previstos
seminários especiais e o Departamento de Jornalismo vai trazer
pela primeira vez ao Brasil o jornalista alemão Güenther
Wallraf para ministrar uma palestra. A implementação
do Núcleo de Projetos Editoriais, do Núcleo de Jornalismo
Científico, a elaboração do projeto de mestrado
acadêmico e alterações no currículo de
graduação também farão parte das atividades
de comemoração dos 25 anos.
No corredor principal
do Departamento de Jornalismo será colocada uma placa em
homenagem ao jornalista falecido Adelmo Genro Filho que lecionou
no Curso em 1988. A inauguração da placa deverá
ser feita no mês de abril e para oficializá-la, será
convidado o ministro da Educação, Tarso Genro, irmão
de Adelmo Genro Filho.
Adriane
Alice Pereira
12
de abril de 2004
Inscrições para a Rede Alfredo de Carvalho e
Fórum de Professores de Jornalismo
precisam ser concluídas com envio de comprovantes
Os inscritos
para 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho e o 7
º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo - inclusive
os selecionados para a apresentação de trabalhos nos
GTs de ambos os eventos - precisam concluir o processo de inscrição,
efetuando o pagamento das taxas e enviando os comprovantes para
a Campus Turismo, pelo fax (48) 233 65 25.
As inscrições só serão consideradas
válidas após o envio dos comprovantes. E os interessados
em participar dos dois eventos precisam fazer as duas inscrições.
Para efetivar a inscrição do 2º Encontro da Rede
Alcar, o pagamento deve ser feito através de depósito
no Banco do Brasil, agência 3582-3, conta 204676-8/Projeto
Rede Alfredo de Carvalho. E para o Fórum de Professores de
Jornalismo, o depósito das taxas deve ser também no
Banco do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8.
Para ambas as inscrições serem concluídas,
os comprovantes bancários precisam ser enviados por fax para
a Campus Turismo, agência de viagens oficial do evento, no
fone (0xx48) 233-6525.
Os selecionados para apresentação nos GTs também
devem efetivar suas inscrições, preenchendo as fichas
nos sites dos eventos e igualmente efetuando o pagamento das taxas.
A organização também solicita que todos os
participantes tragam, para Florianópolis, os seus comprovantes
de inscrição e os apresentem durante os credenciamentos.
07
de abril de 2004
Últimos dias para fazer a inscrição no
7º Fórum de Professores de Jornalismo
A partir
desta quinta-feira, dia 8 de abril, as inscrições
para participar do 7º Fórum Nacional de Professores
de Jornalismo passam a custar R$ 70. Os interessados devem se inscrever
na seção inscrições
até a véspera do encontro.
O depósito das taxas deve ser feito no Banco do Brasil, agência
3582-3, conta n.º 270015-8 e o comprovante bancário
precisa ser enviado por fax para a Campus
Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone
(0xx48) 233-6525. A inscrição só será
considerada concluída após este envio do comprovante
de pagamento. Os apresentadores dos Grupos de Trabalho também
precisam fazer a inscrição e enviar o comprovante
bancário para participar do evento.
01
de abril de 2004
Inscrições para o 7º Fórum têm preço
especial até o dia 7 de abril
Os interessados
em participar do 7º Fórum Nacional de Professores de
Jornalismo podem aproveitar para fazer as suas inscrições
com um valor diferenciado até o dia 7 de abril. Antes dessa
data, as inscrições custam R$ 60 e devem ser feitas
na seção inscrições.
Para participar do evento, os interessados podem se inscrever até
a véspera do encontro, mas a partir do dia 8 de abril, a
taxa passa a custar R$ 70.
O depósito
dos valores deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3,
conta n.º 270015-8 e o comprovante bancário precisa
ser enviado por fax para a Campus
Turismo, agência de viagens oficial do evento, no fone
(0xx48) 233-6525. A inscrição só é considerada
concluída e a participação apenas será
confirmada após este envio do comprovante de pagamento. Os
apresentadores dos Grupos de Trabalho também precisam fazer
a inscrição e enviar o comprovante bancário
para participar do evento.
26
de março de 2004
Diretor do Inep afirma que estudantes de jornalismo serão
avaliados em 2006
Paralelo
ao 7º Fórum Nacional de Professores ocorre o Pré-Fórum
da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com
o tema "A avaliação do ensino do jornalismo como
estímulo à qualidade da formação".
Entre os participantes deste debate está o diretor de Estatísticas
e Avaliação da Educação Superior do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Dilvo
Ristoff.
Durante aula inaugural na Universidade Federal de Santa Catarina,
o professor Ristoff explicou a nova avaliação de ensino
superior, o Sistema de Avaliação do Ensino Superior
(Sinaes), que substituirá o Provão. Neste ano, a avaliação
será feita com estudantes da área da saúde
e da agronomia, e em 2005 será a vez dos alunos de engenharia.
A prova com os estudantes de jornalismo será realizada no
final de 2006.
Aprovado na Câmara
no começo de março, o novo sistema substitui o Provão
e traz algumas mudanças. Entre os principais componentes
estão: a avaliação das instituições,
dos cursos e do desempenho dos estudantes. A partir dos resultados,
será possível traçar um panorama da qualidade
dos cursos e instituições de educação
superior no país.
A avaliação da
instituição é de caráter mais geral.
Serão considerados aspectos como a missão e o Plano
de Desenvolvimento Institucional (PDI); a política para ensino,
pesquisa, pós-graduação e extensão;
a responsabilidade social da instituição, regime de
contratação e política de capacitação
de docentes, a infra-estrutura, incluindo o acesso de portadores
de necessidades especiais. É nesta etapa em que a UFSC deve
participar do programa piloto, durante três semanas em abril.
O professor Dilvo ainda não conversou com o reitor Rodolfo
Pinto da Luz para confirmar.
A qualidade dos cursos de graduação
será verificada por meio da Avaliação das Condições
de Ensino (ACE), realizada mediante visitas de comissões
de especialistas das respectivas áreas do conhecimento. Na
ACE serão avaliadas, principalmente, três dimensões:
corpo docente, instalações e organização
didático-pedagógica. Para cada uma das dimensões
serão atribuídos conceitos em um escala com cinco
níveis e haverá um conceito único para a avaliação.
O aluno terá
uma prova semelhante a do Provão. Mas Ristoff disse que haverá
uma mudança de conteúdo. Os estudantes serão
avaliados quando completarem 25% dos créditos, no final do
primeiro ano e ao final do curso para os alunos que tiverem quatro
anos de graduação, por exemplo. A avaliação
será feita por área e amostragem. No primeiro ano
farão a prova os alunos da área de agronomia e saúde.
No segundo, as engenharias e no último é a vez das
humanas.
Maurício
Frighetto
24
de março de 2004
Sai a lista dos selecionados para exposição nos GTs
do Fórum de Professores
A listagem dos
selecionados para exposição de trabalhos nos GTs do
7º Fórum estará disponível na seção
Grupos de Trabalho a partir desta sexta-feira,
dia 26. Apenas o GT de Impressos ainda não pode disponibilizar
a lista, devido a problemas no computador da coordenadora do Grupo,
professora Carmem Pereira. Todos os resumos enviados foram perdidos.
A coordenação do Fórum, ao mesmo tempo em pede
desculpas por este transtorno involuntário, solicita que
todos os inscritos no GT de Impressos reenviem seus resumos.
Tanto os selecionados para apresentar trabalhos como os professores
e profissionais que pretendem somente participar da conferência
com Nelson Traquina, dos debates no GTs e da plenária, devem
fazer a inscrição geral
disponível neste site.
Até o próximo dia 7 de abril, o valor é de
R$ 60, e a partir de 8 de abril as inscrições custam
R$ 70.
16
de março de 2004
Apresentação de trabalhos é destaque no 7º
Fórum
Durante
os três dias do 7º Fórum Nacional de Jornalismo
importantes discussões deverão ser feitas e interessantes
trabalhos serão apresentados aos participantes do encontro.
Um dos destaques da programação do evento é
a exibição dos projetos inscritos nos cinco Grupos
de Trabalho do 7º Fórum, que irá divulgar e debater
pesquisas fundamentais desenvolvidas por professores e profissionais
da comunicação de todo o país.
Com uma média
de 20 trabalhos inscritos, o GT Atividades de Extensão,
coordenado pela professora Sandra de Deus, da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), irá concentrar suas discussões
nas atividades extencionistas das instituições, analisando
a atuação das universidades junto à sociedade.
Para a professora Sandra,
a apresentação dos trabalhos dos GT’s se caracteriza
como uma importante contribuição para debater o ensino
de jornalismo já que, eventos como o 7º Fórum,
são um dos poucos espaços que os professores da área
têm para discutir a sua relação de ensino. Sandra
afirma que as discussões nos grupos de trabalho irão
levantar questões interessantes sobre o ensino de jornalismo
e sobre o tema geral do 7º Fórum, "Os desafios
do ensino de Jornalismo na transição tecnológica".
"Vivemos um momento especial da profissão e do ensino
de jornalismo. Deriva deste momento, toda a atenção
dos participantes do Fórum. Portanto, qualquer discussão
sobre a ação de um professor na sociedade vai levar
o debate para os desafios que enfrentamos", destaca a professora.
O tema geral do encontro
também deve orientar as discussões e apresentações
do GT Produção Laboratorial - Impressos,
coordenado pela professora Carmem Pereira , da UniCarioca. Esse
GT é o espaço para discussão do fazer na sala
de aula, tendo como suporte os meios impressos. Segundo a professora,
mesmo não seguindo necessariamente o tema geral, o debate
no grupo é orientado pelo assunto, mas prioriza as experiências
desenvolvidas em aula.
A grande expectativa
da professora Carmem, com os trabalhos inscritos nesta edição
do 7º Fórum, é a troca de experiências
e as discussões que serão promovidas no encontro.
"A experiência desses eventos tem sido enriquecedora,
pois é o momento de refletirmos como ensinar a prática
jornalística dos produtos impressos", afirma.
Exatamente 30 trabalhos
estão inscritos no GT Projetos Pedagógicos,
mas apenas três projetos se relacionam diretamente com o tema
geral do 7º Fórum. O coordenador do GT, professor Cristóvão
Pereira Souza, da Universidade Potiguar (UnP), explica porque apenas
10% dos trabalhos estão relacionados ao tema geral do evento.
"Acho que essa estimativa vai ao encontro da percepção
de que a tecnologia da atualidade é apenas mais uma entre
tantas outras que pontuaram a jornada do homem em sua interação
com o outro e com o meio ambiente. Se há uma transição,
portanto, que ela se efetive na possibilidade de o homem finalmente
abraçar a sua verdadeira vocação, que é,
citando o grande educador Paulo Freire, ‘a de humanizar-se’,
e isso independentemente da tecnologia do momento", analisa
o professor.
Para Cristóvão, a apresentação dos GTs
será uma importante contribuição para discutir
o tema geral do Fórum e principalmente para analisar o ensino
de jornalismo. "O jornalista é, ‘em última
instância, um educador’. Enquanto formadores, portanto,
devemos avançar para além das formas e dos meios,
sob pena de estarmos ‘reificando’ a tecnologia em detrimento
dos conteúdos e dos objetivos. Contudo, em uma contemporaneidade
de interação interconectada globalmente, em que os
efeitos se voltam contra as causas de forma instantânea, faz-se
necessária à discussão de uma ética
de utilização dessas novas possibilidades. Não
podemos esquecer ainda questões como a exclusão digital,
cuja orfandade social não se restringe ao campo da comunicação
entre indivíduos, mas também entre estes e o trabalho",
completa.
Desenvolver e fomentar
a pesquisa na graduação de jornalismo do país
é o objetivo do GT Pesquisa na Graduação,
coordenado pelo professor do Instituto Superior e Centro Educacional
Luterano (Ielusc), Gerson Martins. "Queremos destacar aspectos
internos da profissão para contribuir com o desenvolvimento
de pesquisas como a base de atividades de ensino nos cursos de jornalismo",
ressalta.
Para o professor, a
sétima edição do Fórum de Professores
promete ser um grande evento reunindo profissionais conceituados
e promovendo discussões importantes sobre o ensino de jornalismo.
Gerson Martins ressaltou que a realização do encontro
em Florianópolis deve atrair um maior número de participantes.
"Como as edições anteriores do evento eram realizadas
em pontos extremos do país, acredito que a localização
de Florianópolis facilitará a participação
de mais pessoas. Além disso, o reconhecimento do Curso de
Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, também
representa um grande atrativo".
Além dos GTs
de Projetos Pedagógicos, Pesquisa na Graduação,
Produção Laboratorial - Impressos e Atividades
de Esxtensão, também será realizado na
sétima edição do Fórum de Professores
o GT Produção Laboratorial - eletrônicos.
Esse grupo é coordenado pela professora da PUC de Minas Gerais,
Sandra Freitas.
Adriane
Alice Pereira
09
de março de 2004
Inscrições para apresentação de trabalho
nos GTs do 7º Fórum terminam nesta quarta
As inscrições
para os Grupos de Trabalho no 7º Fórum de Professores
de Jornalismo se encerram nesta quarta-feira, dia 10 de março.
Para inscrever trabalhos, os professores devem acessar o link do
coordenador responsável que está disponível
na seção Grupos de Trabalho
ou no site do Fórum
Nacional. Os trabalhos devem ser enviados, com um resumo de
15 linhas, corpo
12, Times New Roman
, para o coordenador de cada GT. Não há a necessidade
de enviar o trabalho completo que será apresentado no Fórum.
Até o dia 20 de março, os coordenadores irão
divulgar a lista dos trabalhos selecionados para exposição
no 7º Fórum.
Os selecionados,
assim como os demais participantes, precisam também efetuar
as suas inscrições gerais para o evento que devem
ser feitas na seção Inscrições
até a véspera do encontro, com preços diferenciados.
De 8 de março a 7 de abril, o valor é de R$ 60, e
a partir do dia 8 de abril, as inscrições custam R$
70.
O depósito
das taxas deve ser feito no Banco do Brasil, agência 3582-3,
conta n.º 270015-8. O comprovante bancário precisa ser
enviado por fax para a Campus Turismo, agência de viagens
oficial do evento, no fone (0xx48) 233-6525. A inscrição
só será considerada concluída após este
envio do comprovante de pagamento.
Prazo
de inscrição de trabalhos na Rede Alfredo de Carvalho
encerra nesta sexta-feira
Também
encerram nessa semana as inscrições para os Grupos
de Trabalho do 2º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho,
que será realizado de 15 a 17 de abril em Florianópolis.
Os resumos e textos completos dos trabalhos deverão ser enviados
aos coordenadores até 12 de março, exclusivamente
por correio eletrônico, em arquivo do Word, corpo 12, Times
New Roman, com indicações bibliográficas
de acordo com as normas da ABNT. Na medida em que forem sendo analisados
os resumos recebidos, seus autores receberão a confirmação.
Os autores
dos trabalhos aceitos também deverão fazer a inscrição
geral, assim como os demais interessados em participar do encontro,
na página da Rede
Alcar. Até 19 de março, as taxas são de
R$ 50,00 e R$ 25,00 ( esta exclusiva para estudante). Depois de
19 de março, aumentam para R$ 70,00 e R$ 35,00 (estudante).
O pagamento deve ser feito através de depósito no
Banco do Brasil, agência 3582-3, conta 204676-8/Projeto Rede
Alfredo de Carvalho. Também é preciso enviar comprovante
de pagamento por fax para a agência Campus Turismo: (0xx48)
233-6525.
Adriane
Alice Pereira
17
de dezembro de 2003
7º Fórum será no Hotel Praiatur
A organização
do 7º Fórum de Professores de Jornalismo definiu, na
última semana, o hotel onde será realizado o evento.
Os participantes ficarão hospedados no Hotel
Praiatur, na praia dos Ingleses, em Florianópolis.
A organização aguarda fechar o acordo com a empresa
aérea oficial do 7º Fórum para disponibilizar,
aos inscritos, os pacotes de transporte e hospedagem.
8
de dezembro de 2003
A tecnologia como uma ferramenta do jornalismo
Com
o tema: "Os desafios do ensino de jornalismo na transição
tecnológica", o 7º Fórum Nacional dos Professores
de Jornalismo tem o objetivo de discutir o ensino do jornalismo
diante dos avanços tecnológicos que estão mudando
o perfil e a atuação dos profissionais.. Para a presidente
da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Beth
Costa, a discussão desse tema é importante para garantir
a qualidade do jornalismo diante das transformações
da tecnologia no mercado de trabalho.
Para Beth, a tecnologia
é uma ferramenta disponível e útil para os
profissionais, mas não pode ser o tema central de um curso
de jornalismo. Ela defende que, mais importante do que conhecer
os recursos tecnológicos é saber como e para que utilizá-los.
"A tecnologia é uma ferramenta que pode ser bem ou mal
usada dependendo da formação do indivíduo.
O mais importante é saber porque usar aquela ferramenta,
saber qual é o objetivo da profissão, qual é
o fundamento do exercício profissional. Se você não
sabe para que a está usando, não adianta conhece-la".
Beth afirma que a tecnologia pode ser um diferencial no mercado
de trabalho, mas não é decisiva para garantir uma
boa atuação profissional. "Entrar no mercado
de trabalho com esse potencial de conhecimento tecnológico
é interessante, mas não quer dizer que você
vai deixar de ser um bom jornalista porque não tem acesso
a essas tecnologias. Se a pessoa não sabe escrever qual é
a diferença de ela usar uma máquina de escrever ou
um computador?".
A jornalista destaca
que o 7º Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo
é uma importante oportunidade para debater assuntos que,
assim como o tema geral do encontro, abordem a qualidade do ensino
de jornalismo. "É um momento privilegiado já
que, uma das linhas de ação da Fenaj é ampliar
as discussões sobre a qualidade da formação
profissional. Além disso, é uma oportunidade para
sabermos como estão os programas e os projetos das universidades
e também conhecermos novas iniciativas de pesquisa e extensão".
O Pré-Fórum
da Fenaj
Paralelo
ao 7º Fórum ocorre o Pré-Fórum da Fenaj,
que tem como objetivo estreitar a aliança entre o que se
discute no mercado de trabalho e o que está sendo ensinado
nos cursos de jornalismo. De acordo com Beth Costa, a idéia
principal do encontro é discutir as questões do dia-a-dia
do jornalista, problemas e polêmicas da profissão,
com quem está formando os novos profissionais. "É
através do Pré-Fórum, aproveitando a presença
dos professores e estudantes de jornalismo, que fazemos a troca
entre o que estamos sentindo ali na ponta, no exercício da
profissão, e que pode servir para a discussão da qualidade
do ensino. É uma atualização de ambos os lados".
O tema geral do Pré-Fórum
é: "A avaliação do ensino de jornalismo
como estímulo à qualidade da formação".
Segundo Beth Costa, o tema pretende destacar a valorização
da passagem pela universidade para o exercício da profissão
e a preocupação de que as instituições
estejam fornecendo ensino de qualidade para o novo jornalista. "Não
adianta a gente valorizar e considerar essencial a passagem pela
universidade se a instituição está oferecendo
cursos de qualidade duvidosa para a formação dos profissionais".
Beth desataca que a
grande pergunta a ser discutida e respondida durante o Pré-Fórum
da Fenaj é se a universidade está realmente formando
jornalistas qualificados para todos os desafios da profissão.
Para a jornalista, o evento vai promover essa avaliação
do papel da universidade na formação dos novos jornalistas.
"Nesse encontro podemos ter um diálogo direto com os
professores e estudantes de jornalismo, ou seja, as pessoas que
botam a mão na massa para a qualificação do
ensino, e dessa forma debatermos se a universidade está formando
bem e se está garantindo a preparação dos profissionais".
Adriane
Alice Pereira
1º
de dezembro de 2003
O ensino do jornalismo digital como desafio na transição
tecnológica
Que
a internet revolucionou as formas de se comunicar, de pesquisar,
de se obter informação, já parece ser senso
comum. No Brasil, a recente chegada das grandes empresas de comunicação
na rede fez com que a atividade jornalística também
mudasse. O imediatismo e a interatividade da grande rede exigem
profissionais cada vez mais capacitados para atuar neste novo meio.
Neste sentido, surgem a cada dia vários estudos que tem como
objetivo estabelecer e caracteriza as especificidades de um jornalismo
voltado para as redes digitais.
Estes foram os principais assuntos discutidos pelo professor da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Elias Machado Gonçalves,
em palestra proferida no dia 20 de outubro, na Universidade Federal
de Santa Catarina. Sob o título de "O Jornalismo nas
redes como um desafio à prática profissional",
Gonçalves esclareceu aos estudantes, professores e pesquisadores,
os principais desafios do jornalista neste novo campo de trabalho.
A palestra deve ser também um dos assuntos que serão
discutidos no 7º Fórum de Professores Jornalistas, cujo
tema é "Os desafios do ensino de jornalismo na transição
tecnológica". A sétima edição do
Fórum será realizada em abril de 2004, em Florianópolis.
Durante a palestra, no auditório do Centro de Comunicação
e Expressão da UFSC, o professor lançou também
um livro de sua autoria, "O ciberespaço como fonte para
os jornalistas". Na obra, Gonçalves procura fazer um
estudo sistemático das iniciativas pioneiras em jornalismo
digital no mundo, uma análise das especificidades das redes
e das perspectivas. O livro é resultado de uma pesquisa que
ele fez nos últimos dois anos, em que procurou compreender
a especificidade deste novo campo para preparar os profissionais
de jornalismo que chegam ao mercado.
"Estamos diante de um grande desafio para os jornalistas -
é uma nova forma de fazer jornalismo", aponta. Para
ele, a rede pode ser considerada um marco para o jornalismo, já
que há uma mudança na natureza da prática jornalística.
Observa-se uma nova forma de apuração, produção
e circulação da informação. Além
de se criar um novo modelo de negócio. Para Gonçalves,
estes quatro pontos são essenciais para qualquer modelo de
jornalismo.
O professor destaca ainda o novo tipo de ambiente onde há
a prática do jornalismo digital. O suporte passa ser as redes
digitais. "No caso do jornal, o suporte é o papel. No
rádio, as ondas. Agora no jornalismo digital, a grande rede
é este suporte", aponta.
Durante a palestra, Gonçalves lembrou ainda que os jornalistas
devem saber potencializar a rede como uma nova forma de se apurar
a informação. "A rede é uma das mais ricas
fontes de informação para o jornalista", destaca.
Porém, é enfático ao afirmar que essas especificidades
devem ser ensinadas. Gonçalves, que na UFBA é professor
de Jornalismo Online, afirma há um conjunto de orientações
para saber se tal sítio é confiável ou não.
Para ele, o jornalismo nas redes "pressupõe novos modelos".
"Não é só replicar os antigos modelos",
afirma. Há um modelo de produção diferente.
Nas redações tradicionais, este modelo é centralizado,
geralmente em um ambiente físico. Já na internet,
além de o ambiente ser virtual, não há a necessidade
de centralização da redação.
Quem é Elias Gonçalves
Elias
Machado Gonçalves é jornalista desde 1981. Trabalhou
em rádios e em jornais do Rio Grande do Sul, Bahia e Barcelona,
na Espanha. Além disso, é pesquisador do Grupo de
Pesquisas em Jornalismo Online, da Faculdade de Comunicação
da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Gonçalves
também é editor da revista Pauta Geral, publicação
especializada em jornalismo. Membro da Comissão Organizadora
da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Jornalismo, ele tem
dois livros publicados: "Manual de Jornalismo na Internet"
e "O ciberespaço como fonte para os jornalistas".
7º Fórum de Professores Jornalistas
O professor Elias Gonçalves será um dos debatedores
na conferência de abertura do 7º Fórum de Professores
Jornalistas. Junto com o professor Eduardo Meditsch, da UFSC, Elias
debaterá o tema do encontro "Os desafios do ensino de
jornalismo na transição tecnológica ",
com o conferencista professor Nelson Traquina, da Universidade Nova
de Lisboa, Portugal.
Rodrigo Lóssio
Release
Florianópolis vai sediar o 7º
Fórum dos Professores de Jornalismo
Atualizar
o ensino do jornalismo diante dos avanços tecnológicos
que estão mudando o perfil e a atuação dos
profissionais. Essa será a pauta das discussões do
7º Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, que
ocorre entre os dias 18 e 20 de abril de 2004, em Florianópolis.
O evento é uma promoção do Fórum Nacional
dos Professores de Jornalismo e realizado pelo Curso de Jornalismo
da Universidade Federal de Santa Catarina, Sindicato dos Jornalistas
de Santa Catarina e pela Federação Nacional dos Jornalistas
(Fenaj).
O 7º Fórum
tem como tema principal: "Os desafios do ensino de jornalismo
na transição tecnológica" e um dos destaques
do evento é a participação do professor da
Universidade Nova de Lisboa, Nelson Traquina. O respeitado pesquisador,
responsável pela disseminação de teorias do
jornalismo para países de língua portuguesa, participa
da conferência de abertura do encontro.
A conferência
de Traquina terá como debatedores o professor de jornalismo
da Universidade Federal de Santa Catarina, Eduardo Meditsch, e o
professor da Universidade Federal da Bahia e representante da Sociedade
Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), Elias Machado.
Paralelo ao 7º
Fórum ocorre o Pré-Fórum da Fenaj, com o tema
"A avaliação do ensino do jornalismo como estímulo
à qualidade da formação". Participam do
debate o diretor da Fenaj, Daniel Herz, um representante do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), um coordenador
da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação
(Enecos) e a coordenadora do Fórum dos Professores, Sandra
de Deus.
Os coordenadores nacionais
do Fórum de Professores de Jornalismo são: Gerson
Luiz Martins, Cristóvão
Pereira Souza, Sandra de
Deus e Carmen Pereira.
A coordenação em Florianópolis do 7º Fórum
Nacional dos Professores de Jornalismo é da professora Valci
Zuculoto.
Como participar
As inscrições
estarão abertas a partir do dia 10 de novembro e podem ser
feitas até a véspera do evento, com preços
diferenciados. Até o dia 7 de março, os professores
pagam R$ 50. De 8 de março a 7 de abril, o valor é
de R$ 60, e partir do dia 8 de abril as inscrições
custam R$ 70. O depósito das taxas deve ser feito no Banco
do Brasil, agência 3582-3, conta n.º 270015-8. O comprovante
bancário precisa ser enviado por fax para a agência
Campus Turismo, responsável pela organização
do evento.
As inscrições
podem ser feitas pela intenet, no ícone inscrições
do menu principal.
As inscrições
para os Grupos de Trabalho (GT`s) serão feitas entre os dias
1º de novembro e 10 de março. Para inscrever projetos
nos GT`s, os professores devem acessar o link do coordenador responsável
que está disponível na página do Fórum
dos Professores. No dia 20 de março será divulgada
a lista dos trabalhos selecionados para participar do 7º Fórum.
A agência oficial do evento é a Campus Turismo, que
estará oferecendo pacotes com hospedagem e transporte aos
participantes. Quem quiser obter mais informações
pode acessar o site
da agência, ou entrar em contato pelo telefone/fax: (48)
233 6525.
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